Sunday, June 7, 2020

Feliz aniversário, Evie!

Essa semana foi de festa aqui em casa. Com tanto desamor da janela para fora, a gente precisa celebrar um ser que traz tanta harmonia para a nossa família.

Evie, a street cat mais amada do planeta, fez aniversário na última quinta-feira. São três anos de vida e dois anos e meio conosco. Por isso, ela tem direito a duas festas de aniversário.  Essa foi a primeira do ano.

Como já contei aqui, Evie chegou para mandar o medo de bicho da Gigi para bem longe. E a cumplicidade entre elas é demais.

E ai de mim ou do Beto que dê uma bronca na Gigi. Evie vira a cara e mia de cabeça em pé. Ela é a dona da criança e cuida muito bem, obrigada.

É a Evie que fica acordada até a Gigi fechar os olhos tarde da noite quando está de férias. Ela  escuta e assiste com atenção a cada ensaio dos “shows” antes de chegar à sala para a plateia de humanos.

Evie a consola quando ninguém parece entendê-la. A gatinha ouve os segredos sem contar para ninguém. 

Enfim, a Evie é demais, de irmã caçula à mais velha.

Agora, Gigi diz que não imagina a vida sem essa gatinha ímpar. Eu também não.

#adoteumbichinhodestimação #adoptapet #nãocompreadote

Thursday, May 28, 2020

As férias chegaram e agora?


Primeiro dia de férias! Se tem mãe arrancando os cabelos com o ensino à distância, imagina quando as atividades escolares acabarem e sobrar mais tempo para esses anjinhos?

Eu entrei nessa fase. As aulas da Gigi encerraram ontem e eu já começo a ouvir aquela velha pergunta: “o que que eu faço agora?”.

Ainda que as aulas virtuais trouxessem uma certa tensão, era um  momento em que ela estava ocupada. 

Gigi aprendeu a interagir com os amigos pela internet e esse ritmo deve continuar nos próximos meses.

Os números de casos de coronavírus apresentam uma queda e a economia está sendo retomada por aqui, mas eu não tenho coragem de me aventurar. Não se a experiência do último fim de semana se repetir.

No sábado, resolvemos dar uma volta em um parque da cidade. Gigi até combinou de encontrar uma amiga, desde que as duas usassem máscaras e respeitassem a distância de 2 metros. O encontro nem aconteceu.

Já nos primeiros passos nos esbarramos em um grupo que caminhava em sentido oposto com os rostos descobertos e nenhum respeito pelo distanciamento social. Era muita gente nem aí para o que está acontecendo e isso dá medo. Fomos embora antes que a amiga chegasse.

Com tanta falta de respeito, arrisco dizer que teremos poucos lugares para ir e as atividades vão ter que ser em casa mesmo.

Resta saber o que vamos inventar. Alguma sugestão?

Wednesday, May 27, 2020

Oftalmologista dá dicas de como amenizar danos visuais em crianças mais conectadas durante isolamento


Já estamos há mais de três meses em isolamento social e uma das minhas grandes preocupações com a Gigi é o excesso de horas em frente às telas dos celulares e computadores, seja para conversar com os amigos ou participar das aulas à distância.

Transformei a minha angústica em pauta para o meu site de notícias e compartilho com vocês o que aprendi ao entrevistar a oftalmologista Roberta Ferraco. 

Ela reconhece que a “nova normalidade’’ é um desafio, mas observa que é possível adotar medidas para amenizar os problemas. “Quanto maior a tela, menor o esforço visual. Então se for possível, prefira o computador ou laptop. Até o Ipad é melhor que o celular”, sugere a médica em relação às atividades escolares e jogos.

Gigi está finalizando a Elementary School (Ensino Fundamental) e nos últimos meses teve dois turnos de 2h30 de aulas virtuais. O contato com os amigos também é pelas telas do celular e do computador.

Com a limitação das atividades ao ar livre, sobre tempo para assistir filmes, desenhos e os viciantes vídeos no Youtube. E como controlar o Tik ok?

Tudo isso extrapola o recomendado.

De acordo com a Academia Americana de Pediatria (AAP), crianças com menos de dois anos de idade não devem utilizar nenhum tipo de tela.  Para aquelas abaixo de seis, uma hora é o limite aceitável. Enquanto as crianças acima de seis anos podem chegar a duas horas diárias de exposição à luz azul dos eletrônicos que, em excesso, causam fadiga e ressecamento ocular.

O esforço acomodativo - ver coisas pequeninhas muito de perto -, em movimento ou no escuro - também podem contribuir e acelerar doenças visuais.

Por isso, Roberta ressalta a importância de ter uma boa iluminação e “a recomendação é evitar o uso dos eletrônicos à noite”. Outra razão para excluí-los da rotina noturna é que a absorção da luz azul dificulta a produção de melatonina, hormônio responsável pelo sono.

Por outro lado, Roberta alerta que o músculo ocular leva até duas horas para estar preparado para trabalhar. “Se a criança acorda às 10 horas, o recomendável é que ela tenha contato com as telas ao meio dia.”

Mais uma dica importante: se o uso dos eletrônicos por mais tempo parece inevitável, a criança deve manter uma distância de pelo menos 50 centímetros das telas e dos monitores e ter duas horas de descanso entre as atividade digitais.

Já as conversas com os amigos no Facetime são menos prejudiciais. “Não é preciso tanto desgaste, a imagem não tem tantos detalhes como em um jogo ou vídeo”, explica a especialista.


Friday, November 1, 2019

O que há de mau em trocar travessuras por doces?

Trick or treat? Essa é a frase que as crianças mais repetiram ontem nos Estados Unidos. Afinal¸ é Halloween e não tem nada de mal nisso.

As casas enfeitadas com figuras assustadoras ao invés de afastarem os pequenos aventureiros se tornam pontos de referência de que dali deve vir muitas guloseimas. “Quanto mais decorada, mais chances de ter doces”, avalia a Gigi, embora nem sempre seja assim.

Claro que o objetivo da troca de travessuras por doces é voltar para a casa com a cesta cheia de chocolates, balas e pirulitos. Mas curtir as decorações, vestir a fantasia e participar de brincadeiras também é divertido e saudável.

Na festa do condomínio, num Halloween antecipado, teve até casa do terror. Gigi adorou! Nunca vi gostar tanto de levar susto, bem diferente de mim.

Entre pizza, doces, decoração e brincadeiras vi crianças brasileiras que nem chegaram perto porque é “uma festa do mal”. Dentre tantas teorias sobre a origem do Halloween, nenhuma remete a um ritual satânico.

A Gigi, por exemplo, quis se vestir de gata, preta e branca igual a nossa Evie. Olha só que ato de amor, nada tem haver com maldade.

Mas claro que os pais têm a liberdade de educar os filhos da maneira que julgam melhor . Só não dá para esquecer que escolheram viver em um país, que embora seja protestante, tem o Halloween como o maior feriado não cristão.

Sem esquecer que o respeito deve ser mútuo entre quem não participa do folclore e quem decide brincar no Halloween.

Dessa vez, fiquei de cabelos em pé. Não porque eu vi um fantasma, mas quando soube que uma amiga da Gigi faltou ao Character Book Parade, um desfile em que as crianças vão fantasiadas do personagem do livro que estão lendo, para não participar da “festa de aniversário do diabo”.

E como se não bastasse, na saída da escola, uma menina contava, feliz, que sua sala havia ganhado doce quando foi interrompida por outra que disse que o “Halloween é de monstro e se a a professora deu doces não deve ser uma boa pessoa”.

Eu não consigo mensurar tanta ignorância, mas posso afirmar que fanatismo não faz bem.

Tuesday, October 22, 2019

Será que um erro justifica outro?

Tem sido cada vez mais difícil viver em um mundo dominado por lives, stories e selfies. O vídeo do MC Gui “zoando” uma criança na Disney, em Orlando, na Flórida, que viralizou desde ontem, toca bem nessa ferida. Confesso que senti um nó na garganta e me deu uma vontade enorme de colocar a Gigi numa redoma de vidro para protegê-la disso tudo.

Fiquei com raiva. Se eu estivesse no mesmo trenzinho que o pseudo-artista, ele ouviria umas boas ali mesmo, ao vivo e sem filtro.

E se fosse a minha filha? Hoje em dia a gente nunca sabe quando está sendo filmado, se alguém está nos achando esquisita.

De fato, nunca foi legal debochar de alguém, muito menos uma criança. Mas agora é mais do que ser alvo de um dedo e uma gargalhada. A vítima corre o risco de cair na rede e no mundo virtual o fato se multiplica, ganhando uma proporção ainda mais cruel.

Na gravação, MC Gui e os amigos riem enquanto o cantor filma a menina, visivelmente incomodada. Segundo o funkeiro, eles estavam se divertindo com a semelhança entre a garota e a personagem de animação de “Monstros S.A”.

Se por um lado a atitude estúpida do MC gerou uma onda de revolta e solidariedade, do outro expôs a problemática da mega exposição das crianças.

Como jornalista e mãe, a divulgação do rosto da menina nas mídias sociais e a reprodução pela imprensa me incomodaram muito. Ela aparece constrangida ao ser filmada por pessoas que riam dela, o que me leva a considerar que ela não gostaria de ver aquela situação sendo viralizada e, nesse caso, divulgar a imagem fere o direito da menor.

Na ânsia da revolta, e com toda a razão, as pessoas não perceberam que ao compartilhar o vídeo ou a foto, sem proteger a imagem da garota,  estavam potencializando o drama.

Eu jamais gostaria de ver a minha filha estampando as mídias em uma situação humilhante, ainda que despertasse comoção e compaixão. Isso é crime, portanto, passível de processo. Eu processaria. Mas acho que essa família nem sabe o que está se passando. Ninguém conhece os outros personagens do vídeo, além do MC Gui e sua trupe. 

Do ponto de vista jornalístico, a imagem do rosto da menina é dispensável. O fato por si só já é cruel. Ser submetido a uma exposição amplificada também é traumatizante. Não compensa.

A menina usava uma peruca da Boo e a aparência pálida e ausência de sobrancelhas levantaram a suspeita de que ela passa por um tratamento de quimioterapia, mas bastava descrever as características frágeis.

Aliás, esse é outro ponto para ser discutido. Não se sabe o real estado da saúde da menina nem a identidade ou a nacionalidade. Mas afirmam que é americana e já deram nome e diagnóstico. Se forem dados reais, de onde veio essa informação? Ninguém diz.

Ou seja, o MC Gui errou e errou feio. Merece todo o repúdio e ser penalizado para ver se aprende.

Mas e quem publicou e compartilhou a imagem da garota? Acho que temos que ir muito além do factual nessa discussão. Precisamos aprender também.

Thursday, October 10, 2019

E maldade tem explicação?

Muitas notícias têm me chocado ultimamente, mas falar da execução de uma criança de 8 anos pela polícia é muito cruel.

Gigi tem 10 e eu não consigo nem imaginar viver sem o seu sorriso. Me veio essa imagem porque é assim que a gente quer ver o filho, sempre sorrindo. E é assim que a mãe de Ágatha vai lembrar da menina.

“Mas por que Ágatha morreu?”, perguntou Gigi. Eu não soube responder, apenas enrolei com “a polícia está investigando”.

Que mundo estranho para ser explicado. O investigador é o principal suspeito. É mais um efeito colateral de um ato insano.

Sim! Porque o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, é louco (de ruim). Mais maluco que aquele rapaz que sequestrou um ônibus na ponte Rio-Niterói e o ex-juiz saiu comemorando o seu abatimento como um gol no Maracanã.

Muito estranho! Trocamos corruptos por criminosos do colarinho branco doidos, sem noção entre o bem e o mal. Fomos do ruim ao pior.

A ordem é atirar “porque bandido bom é bandido morto”. Atirar pelas costas e a queima roupa porque ‘pode’ ser criminoso.  Atirar sem se preocupar com quem está a sua volta.

Não interessa se é uma menina de sorriso lindo, um adolescente que sonha em ser jogador de futebol ou um pai de família a caminho de um chá de bebê.

Sobrevoar uma comunidade distribuindo tiros de cima para baixo e transformando escolas em trincheiras virou rotina.

E como vou explicar isso? No fundo Gigi sabe que maldade não tem justificativa.

Monday, May 13, 2019

Feliz Dia, mãe imigrante

Feliz Dia para você que sussurra confidências com a barriga e descobre nela um bom ouvinte, muitas vezes o único e com certeza o mais próximo.

Que sente falta da sua mãe ao ver o tempo passar e o seu corpo mudar. O colo faz falta, mas de longe tira o prazer do momento.

Que  chega mais cedo para a consulta e na sala de espera procura no dicionário as melhores palavras para descrever tudo o que vem sentindo nos últimos dias. Fica apavorada só de pensar em deixar algum detalhe de lado, falar diferente e, assim, prejudicar o bebê.

E, claro, essa cena depois se repete em todas as visitas ao pediatra.

Feliz Dia para você que trabalha até o último minuto antes do parto e se surpreende com a “boa hora” que sai completamente diferente do roteiro planejado. O que deveria levar poucas horas, dura quase um dia. Tempo finito entre dor e ansiedade que o amor maior do mundo te faz esquecer (depois de alguns anos).

Feliz Dia para você que não tem direito de tirar licença maternidade e volta ao trabalho três semanas após dar a luz com aquela culpa de passar o dia longe do bebê. Liga para a babá toda vez que senta para tirar o leite. E "paga mico" com aquela lancheira térmica cheia de leite materno que te acompanha por onde você vai.

Feliz Dia para você que se desespera com as cólicas e as lágrimas, mas se derrete com os sorrisos.

Que toma banho mais ou menos porque toda vez que liga o chuveiro, ele chora e você sai correndo.

Feliz Dia para você que dorme com o bebê do lado, amamenta a noite inteira e sai para trabalhar como um zumbi na manhã seguinte cheia de saudade.

Que transforma o seu filho em mascote do trabalho e desenvolve a capacidade de cumprir tarefas com ele no colo. Se divide em mil profissões,  trabalha dobrado e fica sem tempo para se dedicar ao blog.

Feliz Dia para você que recorre ao Youtube para aprender matemática e descobre que lá no Brasil te ensinaram de trás para frente ou vice-versa. Que não perde um evento na escola mesmo sem ter tempo para pentear o cabelo.

Que se culpa por não dar tanto o quanto queria, seja em tempo ou bens materiais.

Feliz Dia para você que só fala em português com seu filho, o ensina a amar o Brasil e respeita a adoração dele pelos Estados Unidos.

Que diz para acolher os recém chegados, mas vê o coração dilacerado quando a maldade é resposta e a outra mãe diz que é coisa de criança.

Feliz Dia para você que enfrenta tantos desafios ainda desconhecidos por mim.

Feliz Dia,  mãe imigrante,  que vive na terra em que o tempo voa e as 24 horas são cada vez mais curtas para cuidar do filho, da casa e da vida.

Feliz Dia das Mães, brasileiras nos Estados Unidos.