Wednesday, May 27, 2020

Oftalmologista dá dicas de como amenizar danos visuais em crianças mais conectadas durante isolamento


Já estamos há mais de três meses em isolamento social e uma das minhas grandes preocupações com a Gigi é o excesso de horas em frente às telas dos celulares e computadores, seja para conversar com os amigos ou participar das aulas à distância.

Transformei a minha angústica em pauta para o meu site de notícias e compartilho com vocês o que aprendi ao entrevistar a oftalmologista Roberta Ferraco. 

Ela reconhece que a “nova normalidade’’ é um desafio, mas observa que é possível adotar medidas para amenizar os problemas. “Quanto maior a tela, menor o esforço visual. Então se for possível, prefira o computador ou laptop. Até o Ipad é melhor que o celular”, sugere a médica em relação às atividades escolares e jogos.

Gigi está finalizando a Elementary School (Ensino Fundamental) e nos últimos meses teve dois turnos de 2h30 de aulas virtuais. O contato com os amigos também é pelas telas do celular e do computador.

Com a limitação das atividades ao ar livre, sobre tempo para assistir filmes, desenhos e os viciantes vídeos no Youtube. E como controlar o Tik ok?

Tudo isso extrapola o recomendado.

De acordo com a Academia Americana de Pediatria (AAP), crianças com menos de dois anos de idade não devem utilizar nenhum tipo de tela.  Para aquelas abaixo de seis, uma hora é o limite aceitável. Enquanto as crianças acima de seis anos podem chegar a duas horas diárias de exposição à luz azul dos eletrônicos que, em excesso, causam fadiga e ressecamento ocular.

O esforço acomodativo - ver coisas pequeninhas muito de perto -, em movimento ou no escuro - também podem contribuir e acelerar doenças visuais.

Por isso, Roberta ressalta a importância de ter uma boa iluminação e “a recomendação é evitar o uso dos eletrônicos à noite”. Outra razão para excluí-los da rotina noturna é que a absorção da luz azul dificulta a produção de melatonina, hormônio responsável pelo sono.

Por outro lado, Roberta alerta que o músculo ocular leva até duas horas para estar preparado para trabalhar. “Se a criança acorda às 10 horas, o recomendável é que ela tenha contato com as telas ao meio dia.”

Mais uma dica importante: se o uso dos eletrônicos por mais tempo parece inevitável, a criança deve manter uma distância de pelo menos 50 centímetros das telas e dos monitores e ter duas horas de descanso entre as atividade digitais.

Já as conversas com os amigos no Facetime são menos prejudiciais. “Não é preciso tanto desgaste, a imagem não tem tantos detalhes como em um jogo ou vídeo”, explica a especialista.


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