Sunday, September 30, 2012

Gigi está sempre pronta para decolar

Eu adoro viajar e a Gigi se tornou a minha companheira desde que nasceu, inclusive nas viagens à trabalho. Aos três anos, ela encara o trecho entre Brasil e Estados Unidos numa boa e nem reclama das conexões. Ao contrário, a pequena já sabe todos os procedimentos para a entrada no avião e coloca o cinto de segurança sozinha. Não é à toa que Gigi arranca elogios dos passageiros e da tripulação e, claro, me enche de orgulho.

A primeira experiência dessa passageira nata foi aos sete meses (foto) num voo de 8 horas entre Massachusetts e Califórnia. Na época, eu optei por levar a cadeirinha do carro para encaixar na poltrona com a intenção de dar mais conforto e segurança para a Gigi, conforme eu tinha lido em vários sites de dicas de viagem. Porém, a ideia foi um desastre. 

Além de carregar aquele trambolho pesado pelo aeroporto, Gigi não se acomodou para dormir. Ou seja,  a cadeirinha me deixou apertada e eu tive que levar a Gigi no colo. Um tempo depois, aprendi que um sling é muito melhor já que o bebê fica aconchegado ao nosso corpo sem cansar os  braços.

Para tornar a viagem mais confortável, os pais também devem caprichar na mala de mão -  eu prefiro uma mochila  para levar nas costas e deixar as duas mãos livres - que deve ficar no chão a sua frente para evitar que precise levantar em algum momento inapropriado como na hora que o sinal de afivelar o cinto de segurança é acionado.

Além disso, cheque duas vezes se pegou todos os ítens. Num desses voos noturnos, eu esqueci de colocar a fralda na mochila e tive que acordar a Gigi várias vezes para levá-la ao banheiro. E essa gafe é muito mais comum do que se pensa. 

Na nossa última viagem, uma mãe me pediu uma fralda da Gigi para o seu filho de 1,5 ano porque ela só tinha levado uma para dar conta de uma viagem de 11 horas. Como eu já havia aprendido a lição,  tinha fraldas extras ainda que Gigi as use apenas como prevenção durante o sono.

Na bagagem de m
ão não pode faltar  duas mudas de roupa para a criança e pelo menos uma para você já que os pais são os principais alvos quando acontece um acidente. Coloque também brinquedos pequenos para entretê-la e alguns petiscos resolvem caso a criança, como a Gigi, não aceite a comida do avião.

Outra orientação de especialistas é dar alguma coisa (água em garrafas com bicos fixos, biscoitos, pirulito)   para a criança mastigar ou chupar  durante o pouso para diminuir a pressão no ouvido.  Confesso que  quando eu  amamentava, era mais fácil amezinar essa sensação, mas agora, mesmo que eu dê alguma coisa para a Gigi mastigar ou chupar, ela reclama de dor de ouvido.

Além disso, quem viaja com criança, mesmo sendo uma ótima companheira como a Gigi, sabe o quanto é cansativo e por isso deve aproveitar todas as vantagens que a empresa aérea e o aeroporto oferecem. Eu ainda costumo chegar mais cedo ao aeroporto para passar por todos os procedimentos com calma e, nos casos de bebê, ainda sobra  tempo de alimentá-lo e trocar as fraldas.

Por fim, levar o carrinho ajuda muito em longas caminhadas nos aeroportos e pode embalar o pequeno passageiro até a hora do embarque. Geralmente, você pode despachá-lo no portão de embarque, mas precisa confirmar antes com a companhia aérea.

Depois disso tudo, é só relaxar e aproveitar a viagem!

Wednesday, May 16, 2012

Aos três anos, Gigi só quer saber da escola

Gigi começou a ir à escola esse ano e, para a minha surpresa, ela não quer mais sair de lá. Me surpreendi porque ela sempre chorava nos primeiros dias até se acostumar nas casas das babás, opção que a maioria das mães brasileiras que trabalham fora adota nos Estados Unidos.  Na escola, foi completamente diferente. Já no primeiro dia ela entrou sem olhar para trás e o choro só veio na hora de ir embora.

A paixão é tanta que ainda no caminho para casa já vem a pergunta se amanhã tem aula. Em casa, a brincadeira preferida é a de escolinha. Ora ela é a tia Fernanda, ora a professora de balé e as bonecas e os bichinhos de pelúcia se transformam nos amiguinhos da classe.  A felicidade da pequena me leva a crer  que tomamos a decisão na hora certa.

Além disso, avaliações científicas apontam para o mesmo caminho. Segundo uma pesquisa norte-americana, a criança passa a proveitar mais a escola a partir dos três anos. Antes, o que mais pesa em favor do desenvolvimento intelectual das crianças são o afeto e a atenção individual, não importando se vêm de casa ou da creche. Depois dessa fase, estar num ambiente com outros adultos e crianças funciona como alavanca ao aprendizado e isso repercute ao longo da vida escolar. “Está claro que ir à escola no princípio da vida faz parte de um conjunto de fatores que definem o sucesso nos estudos,” afirma o psicólogo James Griffin, um dos autores do trabalho.

A pediatra Janaina Bessoni concorda que  três anos é a idade ideal para a criança começar a frequentar a escola. Entretanto, a especialista alerta que se a criança vai ficar com uma babá, o caso deve ser repensado. “Muitas vezes oriento as mães a colocarem o filho mais cedo na escola-creche pois em casa a criança ficava com uma pessoa despreparada que a colocava o dia todo em frente à TV  e a alimentava com lanches e mamadeira”,  constata. “Muitas [babás] simplesmente assistem a criança sem criar nenhuma brincadeira, sem estimular seu desenvolvimento”, completa.

Marcelo Cunha Bueno, educador e colunista da revista Crescer, também tem uma visão interessante sobre o assunto. Para ele, “estabelecer contato com outras crianças, culturas, formas de expressão, desde cedo, é fundamental para o crescimento das crianças. Isso aumenta seu repertório de relações, fazendo com que a criança amplie suas possibilidades de leitura de mundo”.

Entretanto, os pais não podem e não devem deixar todo o trabalho nas mãos dos professores porque a mesma pesquisa realizada nos Estados Unidos revela que o cenário mais favorável ao desenvolvimento pleno das crianças de três anos em diante combina dois fatores de pesos semelhantes: um ambiente familiar rico em estímulos e uma boa escola.

Saturday, May 12, 2012

As pérolas da Gigi


Há um tempo afastada do meu blog, decidi que hoje seria a data ideal para voltar à ativa. Nada melhor do que o Dia das Mães para dividir com você as pérolas ditas por Gigi aos três anos. A pequena me surpreende e me deixa sem palavras nem reação frequentemente.

A Gigi parece estar descobrindo a sua veia artística. Como compositora e musicista, tem experimentado tornar cada frase uma canção. 

As músicas, criadas de improviso, têm letras mais ou menos assim: “mamãe, eu não gosto de você”. Eu, assustada, questionei: “Não gosta?”. E a danada respondeu cantando: “Não, eu não gosto de você. Eu te amo.”

Ah, Gigi, que susto! Claro que a enchi de beijos porque eu a amo muito mais. Mas mesmo como amor e carinho, às vezes a gente tem que chamar a atenção. E numa desses momentos em que eu tentava vestí-la depois do banho. Puxa daqui, puxa dali. Dá uma bronca, diz para ficar quieta, faz cara de brava… quando de repente ouve: “Mamãe, não me amassa porque eu não sou ‘pepel’”.

Não aguentei, caí na gargalhada. De onde é que ela tirou essa? 

Outro dia foi a vez do papai da Gigi que resolveu fazer chantagem emocional com ela. Não me lembro bem o que ele queria, mas ela só retrucou “não chora, bebezinho”. Por essa o Beto não esperava.

E não para por aí. Gigi fez uma bagunça com cola escolar e eu a repreendi dizendo que só gente grande pode mexer com cola. Ela respondeu com uma pergunta: “Então porque você e a tia Fernanda [professora] podem?”. E eu tive que explicar que o que eu queria dizer que tal proeza só é permitido para pessoas mais velhas, ainda que do tamanho de crianças.

A vovó também não escapa. Outro dia a minha mãe perguntou para a Gigi quem era o bebezinho da vovó. Claro que a resposta esperada seria Gigi, mas com o discernimento invejável a qualquer adulto, ela disse: “O tio Dani. Eu sou o bebê da mamãe. Ele é seu filho”. Tudo muito bem esclarecido.

Essas são só algumas pérolas ditas por Gigi e que as divido com você como um presente no Dia das Mães. Mamãe, futura mamãe, enfim, gente que gosta de criança, certamente aprende muito com essas observações que tornam a vida muito mais simples e feliz. 

E você quer contar alguma pérola de um pequeno aprendiz? Feliz Dia das Mães!

Wednesday, January 25, 2012

Dentista dá nota dez para a Gigi

Gigi completa três anos em abril e foi ao dentista pela primeira vez na semana passada. 

Segundo especialistas, a visita foi tardia porque a consulta deve acontecer logo que apareça o primeiro dentinho por volta dos seis meses. 

O conselho vale especialmente para os pais de primeira viagem para garantir que o bebê tenha uma boa higiene e evitar o aparecimento de cáries ainda no primeiro ano de vida.

Se por um lado a inexperiência me leva a falhar, por outro me deixa mais cautelosa. Eu procurei por um bom profissional no site da Associação de Dentistas de Massachusetts e li ótimas referências sobre uma dentista de Somerville, a doutora Lina Al-Aswada.

Depois de marcar a consulta, comecei a preparar a Gigi. Assistimos a desenhos animados em que os personagens iam ao dentista e ela começou a contar os dias para chegar a vez dela. 

Já no consultório, Gigi só queria saber de abrir a boca: “Mamãe, quero abrir a boca”, dizia enquanto fechava os olhos.

Na sala de espera, os brinquedos a distraíram  até que a dentista chegou. A simpatia e o carisma da doutora Lina não foram suficientes para conter as lágrimas e os gritos da minha pequena que se assustou com os óculos e aparência exótica daquela mulher grande.

Para tentar amenizar o clima angustiante, fomos escolher um filme na videoteca da clínica e sentamos na cadeira do consultório para assistir o Shreck, um dos nossos personagens prediletos. 

Gigi se acalmou, mas continuou desconfiada e quando começou o exame a pequena não poupou os gritos. 

A missão de segurá-la coube a mim e Gigi apelou para o papai socorrê-la. Mas ele a decepcionou ao incentivá-la a aguentar até o final.

Ah, Gigi escandalosa! “Os seus dentinhos são lindos e a escovação está muito boa”, elogiou a dentista. “Eu só quero contar os seus dentinhos”, completou.

Depois da limpeza e de aplicar o flúor, Gigi foi liberada e correu para o colo do papai enquanto mamãe conversava com a doutora Lina.

A dentista explicou que a escovação deve continuar pelo menos duas vezes ao dia e nada de mamar e ir dormir sem escovar os dentes. “Se ela já estiver muito sonolenta, a faça beber bastante água”, indicou. 

Ela também reforçou que a ingestão de doces e sucos deve ser evitada. “Prefira água. Já o suco e o leite devem ser dados em copos normais ou com canudos, nunca naqueles [copos] de bico que favorecem o aparecimento de cáries”.

Outra dica é que “as escovas de dente devem ser específicas para a idade e a pasta dental deve ter flúor”. De acordo com a dentista, essa indicação é ainda mais importante para quem só ingere água mineral e fica carente da substância encontrada na água corrente.

A doutora Lina deu nota dez para os dentinhos da minha pequena e também para o talento para artes dramáticas que agitou o consultório naquela quarta-feira. 

A próxima visita será em seis meses para outra limpeza. Até lá, vamos cuidar bem dos dentinhos de leite da Gigi e garantir uma boca saudável para quando os permanentes chegarem.

Sunday, December 11, 2011

Vamos brincar de clean up?

Chegar em casa com a Gigi depois de um dia de trabalho é uma delícia e sinônimo de muita bagunça. Eu estou cheia de saudades da minha pequena e ela está morrendo de vontade de brincar com as coisinhas dela. 

Enquanto eu faço o jantar, ela espalha as loucinhas, os jogos e as bonecas pela casa toda. Eu fico espantada como os brinquedos podem se multiplicar em duas horas. 

Sem a ajuda da vovó nem da “secretária do lar”, comum no Brasil e artigo de luxo por aqui, investi na leitura para encontrar uma solução para facilitar a minha vida. Segundo o livro "A Idade da Decolagem - Como educar seu filho de 0 a 6 anos", de Ricardo Regidor e Elena López, a melhor opção é ensinar ao pequeno - com muita paciência e bom humor - a brincar de ordem. 

Eles sugerem tornar essa atividade lúdica e criativa ao organizar, por exemplo, os brinquedos por cores em um dia e por tamanhos no outro. 

Por outro lado, os autores reconhecem que deixar para fazer isso lá pelas 21 horas fica muito mais complicado e esse é o nosso caso. A danada da Gigi já está esgotada e diz que não vai fazer clean up porque o monstro é responsável pela bagunça: “Foi o monstro. A mamãe dele já [o] levou embora pela orelha,” me avisa. 

Se a imaginação da Gigi a ajuda, o meu bom exemplo deve agir ao meu favor. Pelo menos é o que a pedagoga Débora Beni diz ao lembrar que a criança imita o adulto. 

“Deve-se começar a ensinar desde pequeno. Dê exemplos baseados na sua rotina, como você costuma arrumar a cama, guardar a roupa no armário, guardar os sapatos na sapateira. E quando menos esperar ela estará arrumando seu quarto, organizando o seu espaço”, observa. 

Além disso, Débora aconselha os pais a incentivarem as crianças a guardar e não pegar os brinquedos para arrumar tudo rapidamente e pronto. 

“A criança deve participar. Meu filho, vamos arrumar os brinquedos? Coloca esta peça aqui nesta caixa, pega aquele carrinho e vamos colocar na prateleira, está na hora de guardar,” explica. 

A pedagoga afirma que aos poucos a criança vai se acostumando a guardar os seus brinquedos. Por isso, eu insisto que Gigi me ajude a organizar as coisas mesmo na corrida contra o ponteiro do relógio das 22 horas. Vale até brincar de Cinderela.

Sunday, December 4, 2011

Gigi pedala pela primeira vez

A minha Gigi vence a barreira das pernas curtas e com as pontas dos pés pedala pela primeira vez a sua motoca. Há dias da chegada do frio para valer, a pequena ciclista dá suas voltas na rua de casa. Mamãe nem precisa empurrar e nós curtimos juntas mais essa vitória. Go Gigi!

Sunday, November 13, 2011

Gigi visita o museu e recomenda aos amiguinhos

O frio já esvaziou os parquinhos de Massachusetts e as atividades com as crianças têm que continuar. O cenário, porém, muda e os parques ao ar livre, praias e lagos cedem lugar aos espaços fechados. A boa notícia é que nem por isso o programa precisa ficar menos divertido. 

O Museu da Criança, por exemplo, está tão cheio de atividades e curiosidades que um dia é pouco para explorar tantas opções. 

Na nossa primeira visita ao museu - sempre em companhia da precoce amiga Kourtney – brincamos com água, bolinhas de sabão, quebra-cabeças e fizemos novos amigos. 

A mamãe ficou exausta e no dia seguinte, uma segunda-feira, teve que vencer o cansaço e iniciar a tripla jornada da mulher moderna. 

 Mas valeu a pena porque Gigi adorou visitar a cidade do Arthur, ursinho que a Gigi assiste todas as manhãs na televisão e que tem bastante a ensinar (http://pbskids.org/arthur) . 

Gigi até pousou, toda faceira, para uma foto junto com a família do Arthur. E depois foi a vez da mamãe e da Gigi aparecer na TV num jogo de imagens que sugerem a noção de espaço e movimento. 

 Para completar o passeio, a atração principal do dia era a peça teatral dos três porquinhos. Por coincidência, esse é o livro da vez na hora de dormir. No teatro do museu, o sopro da Gigi ajudou a derrubar a casa dos porquinhos e ela vibrou quando os três venceram o lobo mau.

Além do contato com a arte, a interação com outras crianças e a distração com livros e brinquedos diferentes, o museu é uma fonte de inspiração para fazer brincadeiras em casa. 

Em cada seção há sugestões de como repetir aquela atividade em casa. Numa sala, por exemplo, as crianças pintam a lousa com água e se encantam ao criarem desenhos ao mesmo tempo que aprendem sobre evaporação.

Em outras palavras, além de ser divertido, é um aula para os pais aprenderem a instigar o desenvolvimento dos filhos. Uma das dicas é sempre fazer perguntas sobre a brincadeira para estimular o raciocínio e do pequeno ao buscar a resposta.

Quem quiser saber mais sobre essa recreação é só acessar www.bostonkids.org. Se gostar e quiser visitar o museu frequentemente, a opção mais barata é tornar-se um membro. 

Já aquele que escolher ir de vez em quando e quer fugir do custo de US$12 para adultos e crianças maiores de 1 ano, pode optar pela sexta-feira entre 17 e 21 horas e pagar apenas US$1 por pessoa. A mamãe da Gigi garante que vale a pena conferir.

Ah, e para atualizar aqueles que torcem para o sucesso da nossa operação tira-chupeta, Gigi está se saindo super bem. Embora ela tenha tido uma crise de abstinência ontem, a danada agora usa a tática da “chupeta só para dormir” para fugir da cama. 

Como a mãe, ela não gosta de dormir cedo e nessa hora me dá o bibi e diz que não tem sono.

 Ah, Gigi, mas se bibi é para hora de dormir, dormir também tem hora!