Wednesday, January 25, 2012

Dentista dá nota dez para a Gigi

Gigi completa três anos em abril e foi ao dentista pela primeira vez na semana passada. 

Segundo especialistas, a visita foi tardia porque a consulta deve acontecer logo que apareça o primeiro dentinho por volta dos seis meses. 

O conselho vale especialmente para os pais de primeira viagem para garantir que o bebê tenha uma boa higiene e evitar o aparecimento de cáries ainda no primeiro ano de vida.

Se por um lado a inexperiência me leva a falhar, por outro me deixa mais cautelosa. Eu procurei por um bom profissional no site da Associação de Dentistas de Massachusetts e li ótimas referências sobre uma dentista de Somerville, a doutora Lina Al-Aswada.

Depois de marcar a consulta, comecei a preparar a Gigi. Assistimos a desenhos animados em que os personagens iam ao dentista e ela começou a contar os dias para chegar a vez dela. 

Já no consultório, Gigi só queria saber de abrir a boca: “Mamãe, quero abrir a boca”, dizia enquanto fechava os olhos.

Na sala de espera, os brinquedos a distraíram  até que a dentista chegou. A simpatia e o carisma da doutora Lina não foram suficientes para conter as lágrimas e os gritos da minha pequena que se assustou com os óculos e aparência exótica daquela mulher grande.

Para tentar amenizar o clima angustiante, fomos escolher um filme na videoteca da clínica e sentamos na cadeira do consultório para assistir o Shreck, um dos nossos personagens prediletos. 

Gigi se acalmou, mas continuou desconfiada e quando começou o exame a pequena não poupou os gritos. 

A missão de segurá-la coube a mim e Gigi apelou para o papai socorrê-la. Mas ele a decepcionou ao incentivá-la a aguentar até o final.

Ah, Gigi escandalosa! “Os seus dentinhos são lindos e a escovação está muito boa”, elogiou a dentista. “Eu só quero contar os seus dentinhos”, completou.

Depois da limpeza e de aplicar o flúor, Gigi foi liberada e correu para o colo do papai enquanto mamãe conversava com a doutora Lina.

A dentista explicou que a escovação deve continuar pelo menos duas vezes ao dia e nada de mamar e ir dormir sem escovar os dentes. “Se ela já estiver muito sonolenta, a faça beber bastante água”, indicou. 

Ela também reforçou que a ingestão de doces e sucos deve ser evitada. “Prefira água. Já o suco e o leite devem ser dados em copos normais ou com canudos, nunca naqueles [copos] de bico que favorecem o aparecimento de cáries”.

Outra dica é que “as escovas de dente devem ser específicas para a idade e a pasta dental deve ter flúor”. De acordo com a dentista, essa indicação é ainda mais importante para quem só ingere água mineral e fica carente da substância encontrada na água corrente.

A doutora Lina deu nota dez para os dentinhos da minha pequena e também para o talento para artes dramáticas que agitou o consultório naquela quarta-feira. 

A próxima visita será em seis meses para outra limpeza. Até lá, vamos cuidar bem dos dentinhos de leite da Gigi e garantir uma boca saudável para quando os permanentes chegarem.

Sunday, December 11, 2011

Vamos brincar de clean up?

Chegar em casa com a Gigi depois de um dia de trabalho é uma delícia e sinônimo de muita bagunça. Eu estou cheia de saudades da minha pequena e ela está morrendo de vontade de brincar com as coisinhas dela. 

Enquanto eu faço o jantar, ela espalha as loucinhas, os jogos e as bonecas pela casa toda. Eu fico espantada como os brinquedos podem se multiplicar em duas horas. 

Sem a ajuda da vovó nem da “secretária do lar”, comum no Brasil e artigo de luxo por aqui, investi na leitura para encontrar uma solução para facilitar a minha vida. Segundo o livro "A Idade da Decolagem - Como educar seu filho de 0 a 6 anos", de Ricardo Regidor e Elena López, a melhor opção é ensinar ao pequeno - com muita paciência e bom humor - a brincar de ordem. 

Eles sugerem tornar essa atividade lúdica e criativa ao organizar, por exemplo, os brinquedos por cores em um dia e por tamanhos no outro. 

Por outro lado, os autores reconhecem que deixar para fazer isso lá pelas 21 horas fica muito mais complicado e esse é o nosso caso. A danada da Gigi já está esgotada e diz que não vai fazer clean up porque o monstro é responsável pela bagunça: “Foi o monstro. A mamãe dele já [o] levou embora pela orelha,” me avisa. 

Se a imaginação da Gigi a ajuda, o meu bom exemplo deve agir ao meu favor. Pelo menos é o que a pedagoga Débora Beni diz ao lembrar que a criança imita o adulto. 

“Deve-se começar a ensinar desde pequeno. Dê exemplos baseados na sua rotina, como você costuma arrumar a cama, guardar a roupa no armário, guardar os sapatos na sapateira. E quando menos esperar ela estará arrumando seu quarto, organizando o seu espaço”, observa. 

Além disso, Débora aconselha os pais a incentivarem as crianças a guardar e não pegar os brinquedos para arrumar tudo rapidamente e pronto. 

“A criança deve participar. Meu filho, vamos arrumar os brinquedos? Coloca esta peça aqui nesta caixa, pega aquele carrinho e vamos colocar na prateleira, está na hora de guardar,” explica. 

A pedagoga afirma que aos poucos a criança vai se acostumando a guardar os seus brinquedos. Por isso, eu insisto que Gigi me ajude a organizar as coisas mesmo na corrida contra o ponteiro do relógio das 22 horas. Vale até brincar de Cinderela.

Sunday, December 4, 2011

Gigi pedala pela primeira vez

A minha Gigi vence a barreira das pernas curtas e com as pontas dos pés pedala pela primeira vez a sua motoca. Há dias da chegada do frio para valer, a pequena ciclista dá suas voltas na rua de casa. Mamãe nem precisa empurrar e nós curtimos juntas mais essa vitória. Go Gigi!

Sunday, November 13, 2011

Gigi visita o museu e recomenda aos amiguinhos

O frio já esvaziou os parquinhos de Massachusetts e as atividades com as crianças têm que continuar. O cenário, porém, muda e os parques ao ar livre, praias e lagos cedem lugar aos espaços fechados. A boa notícia é que nem por isso o programa precisa ficar menos divertido. 

O Museu da Criança, por exemplo, está tão cheio de atividades e curiosidades que um dia é pouco para explorar tantas opções. 

Na nossa primeira visita ao museu - sempre em companhia da precoce amiga Kourtney – brincamos com água, bolinhas de sabão, quebra-cabeças e fizemos novos amigos. 

A mamãe ficou exausta e no dia seguinte, uma segunda-feira, teve que vencer o cansaço e iniciar a tripla jornada da mulher moderna. 

 Mas valeu a pena porque Gigi adorou visitar a cidade do Arthur, ursinho que a Gigi assiste todas as manhãs na televisão e que tem bastante a ensinar (http://pbskids.org/arthur) . 

Gigi até pousou, toda faceira, para uma foto junto com a família do Arthur. E depois foi a vez da mamãe e da Gigi aparecer na TV num jogo de imagens que sugerem a noção de espaço e movimento. 

 Para completar o passeio, a atração principal do dia era a peça teatral dos três porquinhos. Por coincidência, esse é o livro da vez na hora de dormir. No teatro do museu, o sopro da Gigi ajudou a derrubar a casa dos porquinhos e ela vibrou quando os três venceram o lobo mau.

Além do contato com a arte, a interação com outras crianças e a distração com livros e brinquedos diferentes, o museu é uma fonte de inspiração para fazer brincadeiras em casa. 

Em cada seção há sugestões de como repetir aquela atividade em casa. Numa sala, por exemplo, as crianças pintam a lousa com água e se encantam ao criarem desenhos ao mesmo tempo que aprendem sobre evaporação.

Em outras palavras, além de ser divertido, é um aula para os pais aprenderem a instigar o desenvolvimento dos filhos. Uma das dicas é sempre fazer perguntas sobre a brincadeira para estimular o raciocínio e do pequeno ao buscar a resposta.

Quem quiser saber mais sobre essa recreação é só acessar www.bostonkids.org. Se gostar e quiser visitar o museu frequentemente, a opção mais barata é tornar-se um membro. 

Já aquele que escolher ir de vez em quando e quer fugir do custo de US$12 para adultos e crianças maiores de 1 ano, pode optar pela sexta-feira entre 17 e 21 horas e pagar apenas US$1 por pessoa. A mamãe da Gigi garante que vale a pena conferir.

Ah, e para atualizar aqueles que torcem para o sucesso da nossa operação tira-chupeta, Gigi está se saindo super bem. Embora ela tenha tido uma crise de abstinência ontem, a danada agora usa a tática da “chupeta só para dormir” para fugir da cama. 

Como a mãe, ela não gosta de dormir cedo e nessa hora me dá o bibi e diz que não tem sono.

 Ah, Gigi, mas se bibi é para hora de dormir, dormir também tem hora!

Sunday, October 16, 2011

Gigi embarca na operação “tira chupeta”

Depois de abandonar as fraldas, Gigi enfrenta outro desafio: deixar o “bibi”. A chupeta a afaga desde a maternidade e nos socorreu várias vezes. O borrachudo ficou tão amigo da Gigi que está difícil de separá-los e, por isso, estamos seguindo a orientação dos especialistas ao reduzir gradativamente a presença do bibi lá em casa.

A psicóloga Rosely Sayão observa que esse momento representa uma grande perda e é melhor que o processo aconteça aos poucos e sem pressa. “Alguns pais que fazem essa troca de um dia para outro, falam que se a criança deixar a chupeta ganha isso ou aquilo. Não é errado. Mas, do modo de ver a criança, prefiro a troca devagar. Assim ela vai se 'despedindo' daquilo que ela vai perder.”

Outra dica importante é aproveitar os momentos que a criança passa fora de casa para acostumá-la sem a chupeta. Durante o dia na creche, por exemplo, a Gigi nem lembra do bibi, mas era a primeira coisa que me pedia ao me ver. Há três semanas, a cena mudou. 

Nos primeiros dias ela caía no choro e a calma e a paciência da mamãe entravam em ação para explicar que o bibi agora é só para a hora de dormir e, claro, a distraía com alguma coisa que ela gosta. O pão de queijo, por exemplo, foi um grande aliado.

É uma tarefa difícil, mas vale a pena. Artigos sobre o uso da chupeta alertam para que os malefícios vão desde alterações na arcada dentária, na mastigação, respiração, articulações, fala, musculatura e até deformações nos ossos da face. 

Em geral, os efeitos prejudiciais dependem da duração, frequência e intensidade do hábito. Muitos especialistas concordam que os quatro anos é a idade limite para que não haja comprometimento.

Gigi já completou 2,6 anos e quero aproveitar essa idade que busca a independência para ajudá-la a deixar a chupeta. Sem grandes sofrimentos, o bibi vai para a cama com a Gigi porque ela pede. Isso porque outra dica dos experts é que mesmo que essa seja a hora combinada para permitir a companhia do velho amigo, ele nunca deve ser oferecido ou lembrado.

Já a tática de usar o exemplo de que uma criança mais velha não usa chupeta não funciona com a Gigi. Eu já falei várias vezes, mas ela não quer saber, só quer o bibi. 

Também falei para a babá para não inventar estória de que a chupeta está cheia de formigas que vão picar a boca da Gigi. Sou totalmente contra ideias terroristas e, pelo menos com a Gigi, não adianta nada. Gigi chora, fica brava com as formigas e coloca um bibi novo na boca.

Além de respeitar a personalidade de cada criança para ajudá-la a largar a chupeta, é importante entender o porquê ela usa. 

Se ela pega a chupeta quando está entediada, ofereça alguma atividade mais interessante para entretê-la. Já se a criança tende a colocar a chupeta na boca quando está preocupada ou se sentindo insegura, ajude-a a explicar o que sente. Faça perguntas para descobrir o que está acontecendo e a conforte de outro jeito -- com muitos beijos por exemplo.

Eu sei que ainda vai demorar para o bibi sair da rotina da Gigi, mas estamos no caminho. Ela ainda pede pelo bibi durante o dia e eu consigo desconversar e chamar a atenção dela para outra coisa. E ela completa, às gargalhadas, a minha frase de que o bibi é só para dormir. 

Afinal, chupeta é para bebê e a Gigi já é uma mamãe bem carinhosa com as suas bonecas.