Sunday, November 13, 2011

Gigi visita o museu e recomenda aos amiguinhos

O frio já esvaziou os parquinhos de Massachusetts e as atividades com as crianças têm que continuar. O cenário, porém, muda e os parques ao ar livre, praias e lagos cedem lugar aos espaços fechados. A boa notícia é que nem por isso o programa precisa ficar menos divertido. 

O Museu da Criança, por exemplo, está tão cheio de atividades e curiosidades que um dia é pouco para explorar tantas opções. 

Na nossa primeira visita ao museu - sempre em companhia da precoce amiga Kourtney – brincamos com água, bolinhas de sabão, quebra-cabeças e fizemos novos amigos. 

A mamãe ficou exausta e no dia seguinte, uma segunda-feira, teve que vencer o cansaço e iniciar a tripla jornada da mulher moderna. 

 Mas valeu a pena porque Gigi adorou visitar a cidade do Arthur, ursinho que a Gigi assiste todas as manhãs na televisão e que tem bastante a ensinar (http://pbskids.org/arthur) . 

Gigi até pousou, toda faceira, para uma foto junto com a família do Arthur. E depois foi a vez da mamãe e da Gigi aparecer na TV num jogo de imagens que sugerem a noção de espaço e movimento. 

 Para completar o passeio, a atração principal do dia era a peça teatral dos três porquinhos. Por coincidência, esse é o livro da vez na hora de dormir. No teatro do museu, o sopro da Gigi ajudou a derrubar a casa dos porquinhos e ela vibrou quando os três venceram o lobo mau.

Além do contato com a arte, a interação com outras crianças e a distração com livros e brinquedos diferentes, o museu é uma fonte de inspiração para fazer brincadeiras em casa. 

Em cada seção há sugestões de como repetir aquela atividade em casa. Numa sala, por exemplo, as crianças pintam a lousa com água e se encantam ao criarem desenhos ao mesmo tempo que aprendem sobre evaporação.

Em outras palavras, além de ser divertido, é um aula para os pais aprenderem a instigar o desenvolvimento dos filhos. Uma das dicas é sempre fazer perguntas sobre a brincadeira para estimular o raciocínio e do pequeno ao buscar a resposta.

Quem quiser saber mais sobre essa recreação é só acessar www.bostonkids.org. Se gostar e quiser visitar o museu frequentemente, a opção mais barata é tornar-se um membro. 

Já aquele que escolher ir de vez em quando e quer fugir do custo de US$12 para adultos e crianças maiores de 1 ano, pode optar pela sexta-feira entre 17 e 21 horas e pagar apenas US$1 por pessoa. A mamãe da Gigi garante que vale a pena conferir.

Ah, e para atualizar aqueles que torcem para o sucesso da nossa operação tira-chupeta, Gigi está se saindo super bem. Embora ela tenha tido uma crise de abstinência ontem, a danada agora usa a tática da “chupeta só para dormir” para fugir da cama. 

Como a mãe, ela não gosta de dormir cedo e nessa hora me dá o bibi e diz que não tem sono.

 Ah, Gigi, mas se bibi é para hora de dormir, dormir também tem hora!

Sunday, October 16, 2011

Gigi embarca na operação “tira chupeta”

Depois de abandonar as fraldas, Gigi enfrenta outro desafio: deixar o “bibi”. A chupeta a afaga desde a maternidade e nos socorreu várias vezes. O borrachudo ficou tão amigo da Gigi que está difícil de separá-los e, por isso, estamos seguindo a orientação dos especialistas ao reduzir gradativamente a presença do bibi lá em casa.

A psicóloga Rosely Sayão observa que esse momento representa uma grande perda e é melhor que o processo aconteça aos poucos e sem pressa. “Alguns pais que fazem essa troca de um dia para outro, falam que se a criança deixar a chupeta ganha isso ou aquilo. Não é errado. Mas, do modo de ver a criança, prefiro a troca devagar. Assim ela vai se 'despedindo' daquilo que ela vai perder.”

Outra dica importante é aproveitar os momentos que a criança passa fora de casa para acostumá-la sem a chupeta. Durante o dia na creche, por exemplo, a Gigi nem lembra do bibi, mas era a primeira coisa que me pedia ao me ver. Há três semanas, a cena mudou. 

Nos primeiros dias ela caía no choro e a calma e a paciência da mamãe entravam em ação para explicar que o bibi agora é só para a hora de dormir e, claro, a distraía com alguma coisa que ela gosta. O pão de queijo, por exemplo, foi um grande aliado.

É uma tarefa difícil, mas vale a pena. Artigos sobre o uso da chupeta alertam para que os malefícios vão desde alterações na arcada dentária, na mastigação, respiração, articulações, fala, musculatura e até deformações nos ossos da face. 

Em geral, os efeitos prejudiciais dependem da duração, frequência e intensidade do hábito. Muitos especialistas concordam que os quatro anos é a idade limite para que não haja comprometimento.

Gigi já completou 2,6 anos e quero aproveitar essa idade que busca a independência para ajudá-la a deixar a chupeta. Sem grandes sofrimentos, o bibi vai para a cama com a Gigi porque ela pede. Isso porque outra dica dos experts é que mesmo que essa seja a hora combinada para permitir a companhia do velho amigo, ele nunca deve ser oferecido ou lembrado.

Já a tática de usar o exemplo de que uma criança mais velha não usa chupeta não funciona com a Gigi. Eu já falei várias vezes, mas ela não quer saber, só quer o bibi. 

Também falei para a babá para não inventar estória de que a chupeta está cheia de formigas que vão picar a boca da Gigi. Sou totalmente contra ideias terroristas e, pelo menos com a Gigi, não adianta nada. Gigi chora, fica brava com as formigas e coloca um bibi novo na boca.

Além de respeitar a personalidade de cada criança para ajudá-la a largar a chupeta, é importante entender o porquê ela usa. 

Se ela pega a chupeta quando está entediada, ofereça alguma atividade mais interessante para entretê-la. Já se a criança tende a colocar a chupeta na boca quando está preocupada ou se sentindo insegura, ajude-a a explicar o que sente. Faça perguntas para descobrir o que está acontecendo e a conforte de outro jeito -- com muitos beijos por exemplo.

Eu sei que ainda vai demorar para o bibi sair da rotina da Gigi, mas estamos no caminho. Ela ainda pede pelo bibi durante o dia e eu consigo desconversar e chamar a atenção dela para outra coisa. E ela completa, às gargalhadas, a minha frase de que o bibi é só para dormir. 

Afinal, chupeta é para bebê e a Gigi já é uma mamãe bem carinhosa com as suas bonecas.


Sunday, September 18, 2011

Primeira vez: Gigi vai ao teatro e se encanta com Laura

Num domingo desses, fomos assistir “A Vida Íntima de Laura”, a estória de uma galinha muito feinha, mas que é a maior botadeira de ovos do galinheiro da Dona Luísa. A trupe da Hedel Holz interpretou bem a obra de Clarice Lispector que traz a mensagem de que “é possível sobressair-se à custa de algum talento, qualquer um, e não pela beleza ou riqueza”.

Era a primeira vez que Gigi ia ao teatro e estava ansiosa para conhecer Laura, mas entendeu que a galinha ia demorar um pouco para chegar afinal era de manhã. 

“Ela está escovando os dentes, penteando o cabelo, passando batom… Ela já vem”, Gigi repetia as minhas palavras para justificar a espera. 

Logo, o cenário e os personagens deram vida à galinha que Gigi tanto aguardava.

Laura é casada como o galo Luis, um cantador que morre de amores pela divertida companheira que faz todo mundo rir com as asneiras que fala. Mas como todo mundo, Laura e seus amigos também têm medo. Eles sentem pavor de virar galinha ao molho pardo e consolam uns aos outros porque, pelo menos, quando esse dia chegar vão se tornar uma refeição deliciosa.

O dia-a-dia de Laura é um pretexto para abordar assuntos complexos para as crianças como o racismo, a geração, o nascimento e, principalmente, ressalta que a beleza interior é mais importante do que a exterior. 

Pode ser que Gigi nem tenha entendido a moral da estória, mas com certeza a figura de Laura e seus amigos vão me ajudar a explicar muita coisa para ela.

Sem dizer que foi bem divertido. Gigi assistiu a tudo quietinha, conversou baixinho com os personagens e dançou com o musical. 

Ela gostou tanto que entre uma palavra e outra, Gigi cacarejou o domingo todo, sempre pedindo por Laura. 

Cheguei a pensar em adotar uma galinha de estimação, mas desisti e comprei o livro de Lispector. Agora quando Gigi pede por Laura, lá vamos nós ler as trapalhadas dessa nova amiga.

Enfim, a arte é instrumento divertido para educar e, ao mesmo, tempo incentiva o gosto pela cultura. E quando é em português resgata a brasilidade que fica adormecida quando a gente vive em outro país. 

Quem concorda com a Mamãe da Gigi ou quer apenas matar a curiosidade, “A Vida Íntima de Laura” volta a cartaz nos dias 16 e 23 de outubro no Regent Theater em Arlington, Massachusetts.

Para mais informações e para matricular o seu filho nas aulas de teatro para crianças a partir de 6 anos, ligue (617) 229-8403.

Ficha Técnica:

Texto e direção: Edel Holz

Elenco: Leila Regina (Laura)

Valter (Luis)

Zé Pereira (Galo Caipira)

Simoneide (Galinha D'Angola)

Catarina Costa (Zeferina)

Gilceia Paes (Dona Luisa)

Robson Lemos (Xextas)

Produção:Edel Holz e Andreza Moon

Músico convidado: Fernando Holz

Iluminação: Anderson Joubert