Friday, July 8, 2011

Bye- Bye, fraldas

Gigi está virando uma mocinha. Além de adorar uma bolsa, pintar as unhas e passar batom, ela disse bye-bye para as fraldas. Claro que teve um empurrãozinho da babá que já não aguentava mais trocá-la, mas o mérito é todo da Gigi que aprendeu muito rápido embora o processo não tenha sido tão fácil assim.

Eu já tinha me informado que dois anos é a melhor idade para deixar as fraldas porque a criança conquistou maturidade psicológica e fisiológica para saber o que está acontecendo. 

Mas essa é a opinião dos especialistas brasileiros. 

O médico Barton D. Schmitt publicou um estudo mostrando que 50% dos bebês no mundo aprendem a usar o banheiro antes de completar um ano.

No nosso caso, essa decisão veio no dia 16 de junho, uma quinta-feira, quando Gigi somava pouco mais de 2,2 anos. Nós saímos para comprar as calcinhas iguais as da mamãe e achei que isso a deixaria super empolgada. Me enganei! Gigi molhou uma calcinha atrás da outra e nem se importava de estar molhada. No dia seguinte, a tia Regiane também se frustrou e as seis calcinhas que estavam na bolsa voltaram encharcadas.

Já em casa, na sexta à noite, e depois de mais uma calcinha molhada, respirei fundo e expliquei de novo que ela já tem dois anos e é hora de fazer xixi no banheiro. Foi para isso que compramos um redutor de privada da “Dora” há quase um ano. 

Na época, ela estava toda entusiasmada e queria imitar as primas. Mas logo que Nicole e Amanda foram para o Brasil, Gigi desistiu e voltou às fraldas.

Eu a levei ao banheiro toda hora durante o final de semana. Gigi fazia a maior birra simplesmente porque não queria fazer xixi ali. Era sair do banheiro e logo formava uma poça no corredor. 

Segundo especialistas, isso acontece mesmo e a pior coisa a fazer é brigar, bater e gritar por causa dos inevitáveis escapes.

"As mães e os pais têm que entender que da mesma forma que a criança tem que cair para aprender a andar, que ela demora para ser alfabetizada, o controle da urina não ocorre de uma hora para outra. Pode levar de dois a quatro meses ", observa Albert Bousso, professor de pediatria da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein e do Hospital Universitário da USP.

Aos poucos, os incidentes foram diminuindo e agora, menos de um mês depois, a fralda é só para dormir e olhe lá. Há dois dias, Gigi acorda sequinha e corre para fazer xixi de manhã toda orgulhosa. 

Eu sei que isso não significa o fim dos "acidentes" noturnos. É normal escapar na cama até os seis anos. "Conforme a criança cresce, a capacidade da bexiga também aumenta, e os escapes no meio da noite tendem a reduzir", diz a nefrologista Denise Mota. “Em geral, a criança tem o controle completo do seu organismo aos quatro anos”, completa.

O fato é que tudo se torna mais fácil depois dessa fase. Até brincar no parque fica mais gostoso sem as fraldas, né Gigi?

Sunday, June 5, 2011

Sábado é dia de parque

Só vai me entender quem vive a experiência de deixar um país tropical para viver em terras geladas. O calor está demorando ainda mais para esquentar a Nova Inglaterra esse ano. 

Nessa ansiedade, Gigi e eu aproveitamos cada tímido raio de sol e descobrimos opções baratas e acessíveis para quem gosta apenas de brincar.

A nossa última experiência foi no parque central de Boston (Boston Common/ Estação de trem Park Street) e nem o ventinho frio atrapalhou a nossa diversão. 

Depois de acompanhar a mamãe no trabalho pela manhã, como uma filha bem comportada, Gigi embarcou a caminho de um passeio merecido. Os 30 minutos de trem (US$1,25) de Allston a Boston foram suficientes para Gigi tirar um cochilo e estar pronta para aproveitar a tarde no parque.

A primeira parada foi um belo piquenique para repor as energias. O lanche levamos de casa, mas vá preparada para gastar uns trocados porque os bichos e flores de balão (até US$1,00) fascinam a garotada e quem é que vai dizer não a um “pleeeeeeeeeeease?”? Ah, Gigi, o seu “thank you” e “please” conseguem o que querem de mim.

Também tem a pintura facial que chama a atenção das crianças maiores (US$2,00). E para quem sempre guarda uma criança dentro de si não resiste e corre para brincar no parquinho. 

Iupiiiii! Mamãe também escorrega e vira fotógrafa para a Gigi fazer pose no colo das estátuas de sapo que nos dias bem quentes jorram água para refrescar a criançada. Aliás, nos dias quentes é melhor levar biquini e calção porque tem quem se arrisque a dar um mergulho no lago artificial que tem logo ali na frente.

Mas foi o carrossel (US$3,00) que mais atraiu a Gigi e como ela e a Kourtney gostaram. Só a titia Feu que ficou meio tonta e a mamãe teve que consolar a Gigi que não se conformava que a diversão tinha acabado. 

Mais à frente, o choro foi embora e o entusiasmo tomou conta da minha pequena ao ver os patos que estão prontos para devorar tudo o que o jogam para eles. Gigi parecia não acreditar que estava vendo a mamãe pata e os seus patinhos bem ali na sua frente e repetia sem parar: "Mamãe, olha o quá-quá!"

O entusiasmo da Gigi com os esquilos, pássaros e cachorros colocam a menina de cidade grande em contato com a natureza. Enfim, uma tarde gostosa e morna como essa não tínhamos há muito tempo. 

O mamãe da Gigi vai sempre registrar aqui o passeio que fizermos e você pode fazer o mesmo. O que não vale é passar esse curto verão dentro de casa.

Sunday, May 8, 2011

A dona Nice me ensinou a ser mãe

Ser mãe definitivamente é uma tarefa muito difícil. Esse é o meu terceiro Dia das Mães ao lado da Gigi e agora eu entendo o por quê devo ser tão grata todos os dias à dona Nice, minha mãe. 

Dona Nice teve que dar conta de acumular o papel de pai e sempre foi exemplo de garra, força e determinação. E assim é a Helen de hoje.

Guerreira a ponto de enfrentar o mundo e os seus preconceitos, de adiar sonhos e aspirações para garantir um presente e um futuro para a Gigi. Forte para defendê-la e protegê-la das peças pregadas pela vida. Determinada para superar as dores do mundo e ensiná-la que lutar e sorrir são os melhores remédios.

A Helen que experimentou ser mãe descobriu que nasceu para isso, talvez só para isso. A Gigi é a companheira de todas as horas que faz com que eu me redescubra a cada desafio. Erro e erro muito, sempre querendo acertar. E, então, mais uma vez, me lembro da dona Nice.

Ah, e quando a Gigi, danadinha, faz aquela birra, gênio da mamãe aqui, me transformo numa “quase” Dona Nice. Mas logo passa e a gente faz as pazes, igualzinho quando eu era criança.

Da mesma forma que aprendi muito com a minha mãe, quero ensinar para a Gigi. Quando ela vai comigo a uma marcha pelos direitos dos trabalhadores imigrantes, por exemplo, quero que ela aprenda a lutar por justiça e não se calar diante das desigualdades. Quero que a minha filha entenda que devemos fazer a diferença para a construção de um mundo melhor.

Acho que ser mãe é isso, pelo menos foi para essa maternidade que fui apresentada. 

Obrigada dona Nice e se eu conseguir ser a metade da mãe que você é, Gigi vai ser muito feliz.

Feliz Dia das Mães todos os dias!

Saturday, March 26, 2011

Agora só tem colinho

Gigi está às vésperas de completar dois anos e eu vinha pensando como fazer para “desmamar” a minha bezerrinha. O nosso prazer era tão grande que confesso nunca ter me esforçado para dar um fim ao esse ritual. E nem o discurso de que ela já se alimenta bem ou que quase nem cabe mais no meu colo me convencia. A vida, porém, se encarregou disso.

Uma cirurgia dental simples trouxe uma infecção que só foi controlada com antibiótico. Eu bem que tentei tomar o único analgésico recomendado para quem amamenta, mas a dor me venceu. 

Gigi acompanhou tudo, cuidou de mim e entendeu que a mamãe estava “ai-ai-ai”. Ela ouviu atenta a minha explicação de que o leite da mamãe havia estragado por causa do remédio para o dodói .

Ela compreendeu, mas depois de uma semana ainda pede o mamá e responde a sim mesma: “mamãe, ai-ai-ai, estragou”. A esperteza da minha pequena é bem típica da idade. 

Especialistas afirmam que dois anos é o momento ideal para desmamar porque a criança já consegue entender melhor e está na fase de experimentar novos sabores, alimentos e experiências.

Por outro lado, a criança se sente importante quando está sendo amamentada e esse instante deve ser substituído por outra atividade em que a mãe dedique atenção personalizada. “Na época do desmame ela [a mãe] precisa estar muito presente, mantendo o vínculo e passando confiança ao seu filho porque o que ele realmente quer é proteção”, diz a pediatra Lélia Cardamone Gouvêa, do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Nas manhãs da última semana, por exemplo, eu e Gigi temos experimentado mingau, leite com bolacha, cereal, pão, bolo ou banana. O legal é comer juntas a mesma coisa.

A hora mais crítica é à noite porque eu sempre a amamentava antes de dormir. 

A piscóloga Maria Gandra, entretanto, reforça a observação da pediatra de que a Gigi não quer ser alimentada e sim protegida na hora do sono. Maria enfatiza que o peito significa o porto seguro que a criança reconhece desde que estava na barriga. 

“Ela está familiarizada com o cheiro, a temperatura e os sons, como os da digestão e dos batimentos cardíacos, da mãe. Diante de qualquer desconforto que o pequeno venha sentir, o contato com o corpo da mamãe é o mais capaz de representar acolhimento.”

Enfim, aqui em casa o leite materno acabou, mas o ritual não. Todas as noites eu fico bem coladinha na Gigi até que ela adormeça com a mãozinha em cima do meu coração. 

Sim, meu bebê, mamãe vai sempre protegê-la.

Saturday, February 12, 2011

Gostoso

O gostoso é sentar para brincar, inventar estórias e deixar a imaginação correr solta. É servir de boneca para deixá-la matar a vontade de pentear os cabelos que insistem em demorar a crescer. O gostoso é vê-la segurar a bolsa, colocar os óculos escuros e empurrar o carrinho de bebê, tudo igualzinho a mim.

O gostoso é encontrar nela o que falta em mim como a intimidade com o espelho e o senso de humor que transformam a minha pequena, que nem completou dois anos, em uma mocinha. E vê-la dançar, um show.

O gostoso é ganhar o carinho da pequena quando estou triste. E ela nem sabe que aquele colinho que ela pede é, na verdade, ela quem dá para mim. O gostoso é ser mãe de uma criança tão meiga e sapeca. 

O gostoso mesmo é ser mamãe da Gigi.

Monday, January 17, 2011

Cozinhar é um milagre da maternidade

Para quem me conhece, é difícil imaginar que hoje eu cozinhe. Eu sempre fugi da cozinha e me recusava a seguir receitas simples. E lá veio a Gigi para mudar os meus conceitos e me fazer encarar o fogão. 

Não que eu tenha me tornado um mestre-cuca, mas agora consigo fazer alguns pratos saborosos e apelo para a linha saudável embora nem eu nem a Gigi abrimos mão de um belo brigadeiro nem de uma bacia cheia de “popoca”.

Como trabalho fora, não consigo controlar totalmente a alimentação da Gigi. Na lancheira, sempre coloco três variedades de frutas para garantir a recomendação da nutricionista. A minha sorte é que Gigi se apaixonou pelas frutas logo que começou a experimentá-las aos seis meses (foto).

Entretanto, eu sei que não dá para fugir dos biscoitos e outras guloseimas, a solução é balancear. Em casa, dobro a oferta de legumes, verduras e frutas. Para isso, aprendi um macete: uso a água que cozinho a verdura para fazer o arroz ou o macarrão e, dessa forma, garanto os nutrientes mesmo que a Gigi rejeite o vegetal. Mas, em geral, ela gosta e traz muitas referências da gravidez como as cenourinhas cruas que não faltavam na minha bolsa.

Por outro lado, há muitas manias culturais. É curioso como as crianças nacidas aqui, ainda que filhas de pais imigrantes, desenvolvem o gosto pela salsicha, waffle e milkshake. Embora sejam alimentos comuns em vários países, esses itens fazem parte da refeição diária dos Estados Unidos que reconhecem que a população está cada vez mais obesa. 

No entanto, ainda não há indícios de mudanças no cardápio nem no tamanho das refeições populares. As escolas também recebem críticas duras por adotar a pizza no lugar do almoço completo.

Essa realidade contamina as famílias imigrantes que têm que estar vigilantes para o crescimento saudável dos filhos. E até existem grupos - como o Viver Bem (Live Well) da Universidade TUFTS em Boston - que querem dar uma mãozinha nessa missão e pesquisar o fenômeno . Os cientistas estudam a mudança dos hábitos alimentares em mulheres imigrantes que chegaram no país há menos de dez anos e os seus filhos.

Eu vou continuar sempre alerta e gosto de cuidar desses detalhes. E que me aguardem os chefs da culinária mundial. Amor de mãe é capaz até de transformar quem não sabe fritar um ovo em um expert dos sabores. Um dia eu chego lá.

Thursday, December 23, 2010

Presente de Natal

Já é o terceiro Natal que Gigi e eu passamos juntas. Conto desde aquele que ainda estava no meu ventre porque já sentia o seu amor. E eu só posso agradecer por tanta luz. Agradecer pelo sorriso maroto, o carinho de suas mãos no meu rosto e por me encher de orgulho. Agradecer por se tornar a minha razão de viver diante da tristeza e da distância.

Eu prometo, meu amor, que sempre vamos estar bem juntinhas. E tenho certeza disso porque é o que peço todas as noites ao Papai do Céu enquanto velo o seu sono:



Obrigada, Papai do Céu, pela Gigi que me faz tão feliz.

Obrigada por ter enviado esse anjo para mim.

Obrigada por esse presente tão caro.

Mas, Papai do Céu, não se esqueça de mim.

Me dê sabedoria para ensinar ao meu bebê o bom caminho.

Me dê forças para driblar as adversidades da vida e protegê-la sempre. 

Papai do Céu, a proteja também e não permita que ela sofra nunca.

Amém.



Feliz Natal!