Você não imagina o quanto é difícil criar alguém tão parecido com você. Durante os nossos maiores atritos eu me vejo discutindo comigo mesma. Vejo no seu seu rosto as minhas expressões, escuto o meu tom de voz e me surpreendo com os mesmos movimentos.
Mesmo assim eu preciso que me escute. Eu sou chatérrima, mas só quero o seu bem.
Às vezes eu mando você sumir da minha frente, você vai para o seu quarto pisando duro no mesmo compasso que o meu. Eu me arrependo de coisas que disse, não sei voltar atrás. De outras tenho certeza que estou certa. E acho que você também.
Em algumas vezes, a discussão acaba em um ataque de riso. Não sei se de nervoso ou se é porque você fica tão parecida comigo que acabo me perdendo. Acho engraçado.
Mas você também se parece com o seu pai. Muitas vezes repete as frases que ele me diz.
E quando a encrenca é entre vocês dois, também empacam nos mesmos pontos em comum.
Não é à toa que quando você reclama disso ou daquilo, eu digo que você faz igualzinho.
Um dia você vai se pegar sendo com os seus filhos fazendo o mesmo que eu fiz com você. E você vai dar uma de Helen, sempre achando que está com a razão.
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