Gigi completa 1 ano e sete meses hoje e continua mamando no peito. Quando conto isso, as reações se dividem entre uma torcida de nariz e elogios a minha “perseverança”, mas especialistas garantem que mãe e filho sabem a hora que devem parar o aleitamento materno. Então, sigo o meu instinto e permaneço nessa troca de carinhos indescritível.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o aleitamento materno deve ser exclusivo até os seis meses. Depois disso, outros alimentos são introduzidos e a amamentação mantida até, pelo menos, dois anos de idade. Para as mães que acham que não vão produzir leite por tanto tempo, vale lembrar que uma boa alimentação e bastante líquido ajudam a produção que é estimulada pela sucção durante a mamada.
Embora seja um momento mágico, não é uma tarefa fácil para quem trabalha fora.
Enquanto que no Brasil as mães têm direito de até seis meses de licença-maternidade, em Massachusetts, nos Estados Unidos, a mulher pode ficar até oito semanas afastada do trabalho, mas deixa de ganhar o salário nesse período. Os empregadores, por sua vez, têm a liberdade de criar suas próprias regras e garantir o pagamento das suas funcionárias.
Em tempo: A lei estadual se aplica a companhias de até seis funcionários enquanto que empresas maiores seguem a regra federal que dita 12 semanas de afastamento não remunerado.
Eu voltei ao trabalho depois de três semanas e entre uma tarefa e outra parava para tirar o leite que Gigi iria mamar no dia seguinte. Aquela bombinha não é nada confortável, mas vale a pena. Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria apontam que a amamentação regular, por seis meses, reduz 17 vezes as chances de a criança contrair pneumonia, 5,4 vezes a possibilidade de anemia e 2,5 vezes a ameaça de crises de diarréia.
Hoje, Gigi mama leite de amêndoas – ela tem intolerância à lactose - quando está longe de mim e eu não preciso mais usar a bombinha. Por outro lado, ela continua acordando durante a noite para mamar e muitos dizem que é por que ainda a amamento. No entanto, há alguns dias ouvi uma mãe dizer que o seu filho, da mesma idade da Gigi, acorda de duas em duas horas para tomar o leite na mamadeira.
Ainda que os momentos de cansaço me façam pensar que no dia seguinte vou parar de amamentá-la, o carinho da mãozinha da minha pequena me faz desistir.
Ah, não há carinho mais gostoso. E sigo adiante. Nós saberemos a hora certa de parar.