Sunday, June 17, 2018

2, 3 ou mais porque celebrar o amor nunca é demais

Aqui em casa tem Dia dos Pais oficialmente duas vezes ao ano. Isso porque a data nos Estados Unidos é celebrada no terceiro domingo de junho, o que nos leva a comemorar hoje e em agosto, como no Brasil.

É bem verdade que essas datas ganham um ar comercial e que muitas famílias não se encaixam na estrutura familiar tradicional. Logo, quem tem duas mães ou nunca conheceu o pai, por exemplo, não vê o que comemorar. 

Mas olhe para o lado. A mãe ou a tia também pode ser reverenciada com uma figura paternal. E a gente aproveita e celebra o amor que tem que ser vivido todos os dias da forma mais bonita.

Nos EUA, o Dia dos Pais passou a fazer parte do calendário nacional em 1910 graças à Sonora Louise Smart Dodd que queria homenagear o seu pai que criou seis filhos sozinho depois da morte da mulher. 

E é o significado do início do século XX que temos que resgatar. Tem que haver mais sentimento do que presente ainda que o presente também mostre sentimento. 

Mas há coisas que não têm preço. Os cartões feitos à mão para encher aquela caixa que já está transbordando de desenhos, o abraço apertado e o café da manhã caprichado, com direito a bolo de banana, o preferido do papai. 

Nos Dias dos Pais, no plural mesmo, eu passo o dia, e até a véspera, sendo a ajudante da Gigi. Ela quer fazer o pai se sentir especial e até me pede desculpas porque não teve tantas ideias no Dia das Mães. Tudo bem Gigi, eu gostou de ver o amor que tem pelo seu pai.

Dessa vez, a gente ficou em casa. Tem jogo do Brasil na Copa do Mundo e papai adora futebol. Coitado, já está sofrendo muito com o time do coração, o Fluminense não anda nada bem. Até o Abelão desisitu do timeco. 

E se a seleção também não dá tanta alegria, Gigi traz mais que inspiração. Ela curte o gol do Brasil enquanto faz comentários durante toda a partida, como essa moça entende de futebol. Vai Brasil! Afinal o coração nem fica dividido já que dessa vez os EUA nem na Copa estão. 

Mas se o Brasil não ganhar, ela só não quer ver o pai triste. Porque ela torce mesmo é para ele ser feliz.

E abusa da tecnologia para deixar o mundo saber que o pai é o melhor do mundo. Até o meu Facebook eu tenho que emprestar  para ela homenageá-lo. 

É bonito de ver esse amor. Me lembro do meu pai que mesmo sendo imperfeito era ideal para mim. 

E o Beto é assim, o Papai da Gigi. Ela quer ser parecida com ele e não se cansa de repetir que tem o DNA do pai a cada ideia brilhante que surge. 

Sem dizer que ela já nasceu conversando com o Beto. Não sei o que tanto ela falou para ele, mas olhava no fundo dos seus olhos e dizia em uma 'língua' que talvez só os corações dos dois entendessem.

Depois de nove anos, porém, a menininha está crescendo e jura que não vai sair de casa para sempre cuidar do pai. Não quer ir para uma universidade longe, muito menos se casar. Gigi quer cuidar do pai. 

Mas isso a gente vai ter que esperar para ver. Por enquanto vamos preparando o  próximo Dia dos Pais, a versão brasileira, que acontece em dois meses, sem esquecer de cultivar o amor todo os dias. Happy Father's Day!

Saturday, June 9, 2018

Coisa de mãe brasileira, de filha única ou superprotetora?

Um dia desses Gigi chegou em casa e me revelou: “Minha amiga disse que você faz tudo para mim!”. Claro, “sou sua mãe, não sou?”, reagi.

“É mãe. Mas a [nome da amiga] me perguntou quem escolheu a minha roupa hoje e eu disse que foi você. Ela disse que escolhe a própria roupa e prepara o lanche da escola”.

Depois dessa conversa comecei a refletir: Será que ‘cuidar demais’ é coisa de mãe brasileira? Mãe de filha única? Sempre achei que era só de mãe.

Eu concordo que a criança precisa ser independente e os americanos sabem incentivar isso desde cedo. Enquanto eu dava comida na boca da Gigi para ter certeza que ela ia comer a verdura até o final, outros já comiam sozinhos.
Gigi aos 12 meses. Será que ela sempre quis ser mais independente? 

O ritmo nos Estados Unidos é frenético. Parece que a gente trabalha 24 horas por dia.

E eu faço tudo em casa, assistente do lar não é uma coisa comum por aqui. Eu não tenho.

Mesmo assim até pouco tempo eu dava banho. Confesso que até hoje invado o banheiro para 'ajudar' a Gigi a lavar o cabelo. Ela reclama.

Mas desde aquela revelação tenho observado o meu comportamento e me esforçado para dar o espaço que ela, aos 9 anos, precisa.

Agora ela já  passa a Nutella no pão do café da manhã, prepara o sanduíche e até escolhe a roupa. De vez em quando tento convencê-la de que uma coisa ou outra não combina, faço sugestões, mas a decisão é dela (pelo menos na maioria das vezes).

Aos poucos, vou me adaptando.

Por um lado, é incrível ver que ela consegue fazer tanta coisa e já não depende tanto de mim. Aquele bebezinho que precisava de mim para tudo, cresceu. E dá saudade.

Mas agora é outra fase. É a hora de  apenas orientar as decisões e supervisionar as tarefas.

Afinal, com a independência vem mais responsabilidade e já dá para aumentar a lista do que pode fazer para me ajudar em casa.  E essa é a parte chata, para ela.

Eu continuo me questionando qual tipo de mãe sou eu. Mas, na verdade, será que existe um tipo? 

Qual é o seu? Acho que eu, por exemplo, sou apenas a Mamãe da Gigi. 

Sunday, June 3, 2018

Vacation mode on


Vacation mode on! Mas o da Gigi, não o meu. Agora é que a jornada de trabalho ganha mais força.

Além dos afazeres do dia-a-dia, é tempo de inventar coisas para a Gigi fazer nas férias de verão que começaram na quinta-feira e acabam só na segunda quinzena de agosto.

É muito tempo para quem tem tanta energia. Por isso estou eu aqui, em  plena na noite de domingo, pensando nos próximos dias. 

Eu sei que eu preciso ter a resposta para: “O que eu vou fazer agora? Não tem nada para fazer”. Ainda que os brinquedos estejam todos lá.

A pergunta já vem ao abrir os olhos pela manhã que, claro, acontece agora um pouco mais tarde, lá pelas 9h. E se repete mil vezes durante o dia.

Pensei em colocá-la em um programa de dança, mas as aulas seriam por dez semanas e os irmãos dela chegam no final desse mês. Gigi já disse que não vai largá-los nem para dançar.

Então resolvi que até lá vou me virar com as opções de biblioteca, piscina, brincar com a criançada do condomínio e os passeios pela cidade. É verdade que isso não é pouco e dá para garantir muita diversão.

O desafio é fazer a dosagem. A princípio, acho que vai ser brincar em casa, piscina, andar de bicicleta e assistir TV. Mas também pode ser na ordem inversa ou alternada. Sem descuidar para não exceder muito o tempo em frente à televisão, afinal compramos os livros na feira da escola.

Os passeios vamos encaixando de acordo com a agenda de trabalho. Quem sabe não conseguimos cavar um tempo para uma pequena viagem?

Acho que vai dar tudo certo.

Mas e quando ela disser: “Tô com fome”? Se eu fizer um cálculo rápido, sou capaz de provar que ouço essa frase três vezes a mais durante as férias. E o pior é que sei que não é fome, é vontade comer.

De qualquer jeito tem que ter coisa gostosa. A minha sorte é que a Gigi gosta muito de frutas. Vou reabastecer a geladeira amanhã logo cedo. Mas ela também gosta de doces. Além das bolachas, balas e pirulitos, o meu bolo de cenoura vai aparecer com mais frequência.

Mas no final eu sei que vai dar tudo certo, sempre dá.

Tuesday, May 29, 2018

Amor supera até medo de bicho

Lembra quando contei que  Gigi tinha medo de todo tipo de bicho? Pois é, tinha. Porque agora ela tem medo só de alguns. E tudo isso graças a Evie, a nossa gatinha adotiva.

Evie, a vira-lata mais linda desse mundo, vive conosco desde o início de dezembro e é a sombra da Gigi. Por onde Gigi vai, lá está a Evie. E onde está a Evie? É só procurar a Gigi.

Toda essa história de amor e superação começou durante a visita a um casal de amigos. Eles têm dois gatos. Gigi teve medo do Blue, mas se encantou pela filhotinha que havia acabado de chegar.

Menos de um mês depois, lá estávamos no abrigo de bichinhos a procura de um felino.

Beto cedeu logo de cara. Eu resisti. Será que um bichinho em apartamento com carpete seria uma boa ideia? Ele insistiu, era a hora de Gigi perder o medo.

Já no abrigo, Beto, um apaixonado por cachorros, quase passou direto pela ala dos gatos e foi parar no canil. Foco. O bichinho é para a Gigi e ela ainda não quer cachorros em casa.

O encontro com Evie foi amor à primeira vista. Assim que Gigi colocou a mão na gaiola, se impressionou. “A gatinha deu high five!”.

Os outros não tiveram chance. Era ela. Aquela gatinha branca e preta - igualzinha a que eu tinha na adolescência - que só faltava falar.

Depois de todo o processo de adoção. A "Sweet Pea", por causa dos olhos verde, ganhou o nome de Evie.

Os primeiros dias não foram fáceis. Não para a Gigi que parecia ser parceira da gatinha a vida toda.

O problema foi o Beto que demorou a se apaixonar pela felina. Levou um tempo e quase que a Evie teve que ir embora. Mas ele entendeu que era carta vencida. O plano dele tinha dado certo e Gigi não ia mais largar a gatinha. Nem eu.

Agora, Evie divide a atenção entre nós três. Mas, claro, Gigi ganha uma fatia sempre maior.
Evie fica atrás de mim quando quer alguma coisa, toma café com o Beto todas as manhãs e o resto do tempo é todo da Gigi.

Elas brincam de pega-pega, esconde-esconde, de bola e até de bonecas. Evie passa horas vendo Gigi conversar com as “filhas” e chega a ser aluna da escolinha.

Medo? Não da Evie, que ganha beijo, abraço e colo. Até quando não quer. Aliás, Evie não é muito de colo, mas o da Gigi ela nem tenta sair.

De outros bichos, ainda sim. Não tanto, dá até para fazer carinho em um ou outro, sem muita intimidade.

Por enquanto o privilégio é da Evie que se estende no tapete da porta quando Gigi calça os sapatos para ir à escola e os olhos verdes parecem dizer: “não vá”.

Tenho uma boa notícia para você, Evie. As férias começam amanhã e Gigi vai ser só sua e você da Gigi.

Thursday, May 24, 2018

Escola, férias e livros

Estamos há menos de uma semana das férias e em ritmo de comemoração. Gigi já passou de ano. Vai para a quarta série independente do resultado do FSA.

Nossa, como sofremos a ansiedade desse teste que é uma avaliação anual a partir da terceira série, a principal prova para o aluno passar de ano e um dos instrumentos para classificar a escola. Assunto que vale uma outra postagem.

Mas Mrs. Coffy disse para a Gigi que ela já alcançou todos os pontos necessários e mesmo que a nota do FSA não seja tão alta a quarta série já está garantida.

Problema resolvido. A semana está cheia de eventos especiais, então só resta aproveitar.

Depois de confraternização, filme e recreação, tem a feira do livro. Dia de escolher os companheiros das férias com a promessa de que vai ler tudinho.

Gigi podia ter comprado o livro durante o horário escolar, mas eu sempre prefiro ir junto. Acho que é um momento legal para compartilhar com ela e estar na escola é muito importante.

E gosto de ajudar na escolha até porque no final leio também.

Dessa vez, Gigi trouxe para casa “The Maddie Diaries’ e ‘Upside Down Magic’. O primeiro é uma espécie de diário, como esse blog, em que uma das estrelas do Dance Moms conta a sua trajetória que começou cedo. Gigi adora esse reality show, ainda que só passe reprise há um bom tempo.

O outro é ficção pura com direito ao personagem virar um gato que voa. Adoramos gatos, mas conto essa paixão outro dia.

Agora é hora de ir pra cama porque amanhã ainda tem aula.

Wednesday, May 23, 2018

Detesto a mãe perfeita

Eu não sei você, mas eu tenho raiva da mãe perfeita. Sabe aquela que só conta vantagens, tudo dá certo? Para mim, isso é impossível. Ela só pode estar mentindo.

O filho da mãe perfeita está pronto para ir à escola uma hora antes do início das aulas, Gigi chega a cinco minutos da última chamada.

Eu não sei nem gosto de fazer comida. Só cozinho o trivial de um jeito que Gigi aprendeu a gostar ou morre de fome. Se bem que o meu bolo de cenoura é gostoso e isso ajuda. Já a mãe perfeita oferece todas as refeições na hora certa e, ainda, são super nutritivas e saborosas!

E o penteado? Definitivamente não sou boa cabeleireira e mãe de menina vaidosa deveria ser. Mas, lembre-se, eu nunca assumi o papel de mãe perfeita.

Ah, e entre eu e a Gigi a conversa nem sempre funciona. A paciência falta em muitos momentos e aí eu grito e me descabelo. Mesmo assim continuamos amigas.

Eu sou não sou perfeita mas, sinceramente, acho que Gigi não podia ter uma mãe melhor.

E, acredite, o seu filho também não. Somos reais e desafiamos os nossos defeitos para dar o nosso melhor todos os dias. E com todas essas imperfeições acabamos sendo uma mãe mais que perfeita.

Wednesday, February 8, 2017

Quando ela pede um sutiã

“Eu posso ter um sutiã?” Quase caí do sofá com a pergunta da Gigi.

De frente ao meu espanto, a minha menininha, que ainda nem completou 8 anos, continou com um sorriso atravessado: “Minhas amigas já usam”.

É verdade que meninas dessa idade já precisam ou desejam usar sutiã.

A peça tem como função melhorar o suporte e impedir que a mama seja enxergada. Logo, seu uso se faz necessário normalmente dos 8,5 aos 10,5 anos, o que significa cerca de 1,5 ano antes da primeira menstruação.

Segundo especialistas, se uma menina mais nova sente a obrigação de usar a peça sem o aparecimento da mama pode significar pode ser que ela esteja indicando um desejo de parecer mais velha, mais bonita e se comparar à mãe.

No caso da Gigi, acho que a iniciativa partiu da vontade de ficar igual às amigas.

Por outro lado, a criança pode estar passando por um conflito de querer esconder seu corpo para não atrair olhares, por exemplo. A escolha pode ainda pode estar relacionada às pressões sociais e até religiosas do meio em que a criança está inserida.

Nesse sentido, o mundo da moda aparece como vilão. Na Inglaterra, por exemplo, uma loja foi intensamente criticada por vender sutiãs com bojo para meninas a partir de 8 anos. Os modelos são projetados para dar a aparência de seios desenvolvidos para meninas pré-adolescentes e vendem como água.

É Gigi, ainda vamos conversar mais sobre isso e se o desejo permanecer... compramos um para experimentar. Por que não?

Afinal, pediatras afirmam que o uso do sutiã não causa uma alteração no desenvolvimento do corpo desde que o adulto fique atento para que a brincadeira não antecipe conflitos da adolescência nem traga sensação de que o uso da peça é obrigatório.

Mas sem bojo e sem pressão.