Thursday, May 24, 2018

Escola, férias e livros

Estamos há menos de uma semana das férias e em ritmo de comemoração. Gigi já passou de ano. Vai para a quarta série independente do resultado do FSA.

Nossa, como sofremos a ansiedade desse teste que é uma avaliação anual a partir da terceira série, a principal prova para o aluno passar de ano e um dos instrumentos para classificar a escola. Assunto que vale uma outra postagem.

Mas Mrs. Coffy disse para a Gigi que ela já alcançou todos os pontos necessários e mesmo que a nota do FSA não seja tão alta a quarta série já está garantida.

Problema resolvido. A semana está cheia de eventos especiais, então só resta aproveitar.

Depois de confraternização, filme e recreação, tem a feira do livro. Dia de escolher os companheiros das férias com a promessa de que vai ler tudinho.

Gigi podia ter comprado o livro durante o horário escolar, mas eu sempre prefiro ir junto. Acho que é um momento legal para compartilhar com ela e estar na escola é muito importante.

E gosto de ajudar na escolha até porque no final leio também.

Dessa vez, Gigi trouxe para casa “The Maddie Diaries’ e ‘Upside Down Magic’. O primeiro é uma espécie de diário, como esse blog, em que uma das estrelas do Dance Moms conta a sua trajetória que começou cedo. Gigi adora esse reality show, ainda que só passe reprise há um bom tempo.

O outro é ficção pura com direito ao personagem virar um gato que voa. Adoramos gatos, mas conto essa paixão outro dia.

Agora é hora de ir pra cama porque amanhã ainda tem aula.

Wednesday, May 23, 2018

Detesto a mãe perfeita

Eu não sei você, mas eu tenho raiva da mãe perfeita. Sabe aquela que só conta vantagens, tudo dá certo? Para mim, isso é impossível. Ela só pode estar mentindo.

O filho da mãe perfeita está pronto para ir à escola uma hora antes do início das aulas, Gigi chega a cinco minutos da última chamada.

Eu não sei nem gosto de fazer comida. Só cozinho o trivial de um jeito que Gigi aprendeu a gostar ou morre de fome. Se bem que o meu bolo de cenoura é gostoso e isso ajuda. Já a mãe perfeita oferece todas as refeições na hora certa e, ainda, são super nutritivas e saborosas!

E o penteado? Definitivamente não sou boa cabeleireira e mãe de menina vaidosa deveria ser. Mas, lembre-se, eu nunca assumi o papel de mãe perfeita.

Ah, e entre eu e a Gigi a conversa nem sempre funciona. A paciência falta em muitos momentos e aí eu grito e me descabelo. Mesmo assim continuamos amigas.

Eu sou não sou perfeita mas, sinceramente, acho que Gigi não podia ter uma mãe melhor.

E, acredite, o seu filho também não. Somos reais e desafiamos os nossos defeitos para dar o nosso melhor todos os dias. E com todas essas imperfeições acabamos sendo uma mãe mais que perfeita.

Wednesday, February 8, 2017

Quando ela pede um sutiã

“Eu posso ter um sutiã?” Quase caí do sofá com a pergunta da Gigi.

De frente ao meu espanto, a minha menininha, que ainda nem completou 8 anos, continou com um sorriso atravessado: “Minhas amigas já usam”.

É verdade que meninas dessa idade já precisam ou desejam usar sutiã.

A peça tem como função melhorar o suporte e impedir que a mama seja enxergada. Logo, seu uso se faz necessário normalmente dos 8,5 aos 10,5 anos, o que significa cerca de 1,5 ano antes da primeira menstruação.

Segundo especialistas, se uma menina mais nova sente a obrigação de usar a peça sem o aparecimento da mama pode significar pode ser que ela esteja indicando um desejo de parecer mais velha, mais bonita e se comparar à mãe.

No caso da Gigi, acho que a iniciativa partiu da vontade de ficar igual às amigas.

Por outro lado, a criança pode estar passando por um conflito de querer esconder seu corpo para não atrair olhares, por exemplo. A escolha pode ainda pode estar relacionada às pressões sociais e até religiosas do meio em que a criança está inserida.

Nesse sentido, o mundo da moda aparece como vilão. Na Inglaterra, por exemplo, uma loja foi intensamente criticada por vender sutiãs com bojo para meninas a partir de 8 anos. Os modelos são projetados para dar a aparência de seios desenvolvidos para meninas pré-adolescentes e vendem como água.

É Gigi, ainda vamos conversar mais sobre isso e se o desejo permanecer... compramos um para experimentar. Por que não?

Afinal, pediatras afirmam que o uso do sutiã não causa uma alteração no desenvolvimento do corpo desde que o adulto fique atento para que a brincadeira não antecipe conflitos da adolescência nem traga sensação de que o uso da peça é obrigatório.

Mas sem bojo e sem pressão.

Saturday, January 14, 2017

Papai Noel existe até quando puder


Gigi está prestes a completar 8 anos e passamos mais um Natal de muita magia.

Mas quando é a hora certa de contar que Papai Noel é uma figura ilustre da nossa imaginação? Não sei e não quero saber. Se procuro ler muito de tudo, sobre esse assunto prefiro seguir apenas a minha intuição.

Acho lindo ver a expectativa da Gigi. Antes de dormir na véspera de Natal, ela deixa o leite e o biscoito perto da árvore de Natal. Afinal, o bom velhinho roda o mundo em tempo recorde para entregar presentes para o maior número (im)possível de crianças.

E a surpresa em encontrar o presente embaixo da árvore é indescritível.

Esse ano foi um pouco diferente, mas tão mágico quanto os outros. Num descuido, Papai Noel deixou o presente na varanda antes dela ir para a cama. Que susto! Não deu tempo da Gigi vê-lo, mas ele bebeu toda a Coca-Cola (sim esse ano foi Coca-cola), comeu cookies e escondeu o presente, o que levou a minha menina ao desespero: “Achei que eu tinha sido ruim”.

Ela chegou a “ver” o nariz vermelho do Rodolfo, a mais famosa rena do Papai Noel. E as lágrimas... ah, essa emoção não tem preço.

Mas e aqueles que falam demais?


Nem a mais poderosa das super mães consegue proteger os filhos dos inconvenietes. Quando Gigi tinha três anos, por exemplo, fomos passar o dia de Natal na casa de uma vizinha. Ainda na porta, a dona da casa veio nos receber dizendo que o filho tinha descoberto que Papai Noel não existe. E Gigi bem ali, do meu lado, arregalou os olhos.

Na hora pensei: "Será que ela acha que Gigi é surda?".

Tentei desconversar, mas o menino também veio contar a novidade e acho que o meu olhar conseguiu mandar o recado. Ele saiu de fininho.

Ao chegar em casa, ela finalmente fez a pergunta que a pertubou durante o dia todo: “Papai Noel não existe?”

Não sei como, mas a resposta veio instantaneamente: “Existe sim. Isaac falou aquilo porque ele não foi um bom menino e Papai Noel não trouxe presente. Esse ano os pais dele precisaram comprar.”

Não foi dessa vez que a magia acabou.

Mas três anos depois o irmão mais velho, já adolescente, decidiu que estava na hora dela crescer e insistiu em dizer que o bom velhinho não é real.

“Sim, Gigi, Papai Noel existe”, rebato. “Mas quando a criança completa 13 anos para de receber presente do Polo Norte. Há muitos bebês nascendo todos os dias e Papai Noel tem que colocar um limite. Depois disso, muitos passam a “desacretidar". Ah, e se a criança “desacredita” o Papai Noel vai deixando de existir, lembra?", indaguei. Nós tínhamos assistido isso num filme.

Na escola, esse papo também já existe e Gigi descobriu que para as crianças que não acreditam ganham presentes dos pais. Ponto.

Com o tempo

“Se eu acredito? Claro que a mamãe acredita. Papai Noel existe e fica no mundo da imaginação e só quem sabe imaginar pode receber a visita do bom velhinho.”

Com o tempo Gigi vai tirar as suas conclusões. Esse ano, por exemplo, ela já definiu que Papai Noel de shopping não é real. São representantes do bom velhinho porque o verdadeiro está muito ocupado lá no Polo Norte. E com um detalhe, segundo Gigi: “Você já reparou que eles [aqueles do shopping] são diferentes uns dos outros?”

Ah, Gigi, também acho. Mas o tempo vai responder a muitas perguntas. A única certeza de que nunca vamos duvidar é que o Natal é o aniversário de Jesus. Amém

Saturday, November 12, 2016

Gigi quer ter "um Facebook"


Gigi adora tirar uma selfie, gravar um vídeo e agora quer ter um perfil no Facebook. Sim, aos 7 anos. Mas esse “sonho de consumo” não é exclusividade da Gigi nem começou ontem. É o sintoma de uma geração.

Uma pesquisa de 2012 da MinorMonitor, nos Estados Unidos, entrevistou pais de mil crianças menores de 18 anos que estavam no Facebook. Entre elas, 38% tinham 12 anos ou menos e 4% eram menores de 6.

Isso respalda o argumento da Gigi. Ela quer porque “todo mundo tem”, ainda que ela só conheça dois ou três. Talvez tenha sido por isso, por exemplo, que você cedeu e autorizou a entrada do seu filho na rede.

Na hora de criar a conta no Facebook, o administrador sugere: “Você não deve usar o Facebook se for
menor de 13 anos”. O mesmo vale para Instagram, Pinterest, Snapchat e Twitter. No YouTube, crianças podem assistir, mas apenas adolescentes a partir de 13 anos podem criar um canal. Em tempo: Gigi também quer ter "um programa no Youtube"!

A regra é baseada na legislação norte-americana Coppa, lei de 1998 que trata da privacidade de crianças na internet e que foi atualizada em 2012 para atender as novas demandas das redes sociais, e vale para o mundo todo. A exceção é para a Coréia do Sul e Espanha, onde a rede é liberada ainda mais tarde, depois dos 14 anos.

Já o WhatsApp define um limite de idade de 16 anos. E foi logo nessa onda que Gigi entrou. Ainda que contra a minha vontade, o objetivo foi nobre: manter a proximidade como a família que está no Brasil. Justamente por isso os “amigos” se reduzem à meia dúzia, facilitando o controle.

Isso já não é possível nas outras redes sociais. Segundo a MinorMonitor, apenas 51% dos pais têm a senha das crianças e acessam suas contas, 24% são 'amigos' de seus filhos na rede, 8% vigiam as páginas na tela do computador e 17% não fazem qualquer tipo de monitoramento.

Esses índices e a facilidade de burlar as normas previstas pelos controladores do nincho mostram como as crianças ficam vulneráveis. Eu não teria tempo para monitorar de forma apropriada o perfil da Gigi no Facebook. Nem ela tem a maturidade para processar toda a informação das nossas conversas necessárias sobre privacidade, pedofilia, etc. E fico aliviada de ter um tempo pela frente para enfrentar tudo isso.

Mas a verdade é que talvez a Gigi nem precise esperar para completar a ‘ciber-maioridade’ porque, segundo oThe Wall Street Journal, Mark Zuckerberg já está pensando em uma versão da rede social voltada para as crianças.

O projeto prevê que o perfil tenha uma série de restrições que irão depender do monitoramento dos pais. Por exemplo, a conta da criança será diretamente ligada a dos pais e os contatos só serão adicionados depois da permissão do responsável.

Mas enquanto isso não acontece eu divido o meu Facebook com a Gigi. Deixo ela dar umas curtidas nas postagens do amigos e publico algumas fotos dela que a fazem esperar ansiosa pelos “likes”. Aliás, até essas publicações devem ser ponderadas e limitadas, mas isso é assunto para outra hora.

Wednesday, November 2, 2016

A promessa da mamãe e o pavor da Gigi


Não, a casa não está em ordem como deveria. Ainda não terminei o trabalho. E até o livro ficou de lado para que a gente continue essa história: a da Mamãe da Gigi.

É mais uma tentativa, aliás uma promessa. Já tentei prosseguir como a resolução de início de ano, em homenagem aos meus avós, etc, mas sempre fica para depois que eu terminar aquilo ou isso. E, você sabe, essas coisas nunca acabam.

Logo, para continuar esse blog vou transformá-lo num semanário que mantém a ideia inicial de registrar cada fase da Gigi sem se prender em um formato textual. Acho que vai ser legal, realista e Gigi vai gostar de ler um dia.

Hoje, por exemplo, foi mais uma daquelas tardes cheias, mas tudo corria bem até que a gente chegou em casa e ela se deparou com uma joaninha. A danada tem pavor de lady bug. Na verdade, ela tem pavor de quaquer bicho, mas esse inseto simpático insiste em achar frestas para voar para dentro da casa da Gigi.

E de uns tempos pra cá, ela já entra em casa procurando as joaninhas. Olha para cada cantinho e se debulha em lágrimas até quando confunde uma manchina no teto com o bicho.

Ela tem vergonha de ter medo e, mesmo assim, se apavora. Outro dia umas amiguinhas vieram brincar aqui em casa e não entenderam o ataque de horror da Gigi diante de um bichinho tão simpático.

Já tentei de tudo. Conversei, expliquei que é um bichinho inofensivo, contei que eu adorava fazer a joaninha correr no meu braço quando era menor e apelei até para a bronca. Mas nada traz a coragem para essa menina. Ela chora litros, diz que tem pavor. E eu? Eu tenho pavor de tanto pavor.

"Eu preciso de um psicólogo. Eu não consigo vencer esse medo", repetiu Gigi mais uma vez.

Parece até coisa de criança precoce, mas confesso que ela está me parafraseando. Como disse, Gigi tem medo de cachorro, lagartixa, borboleta, ... tudo quanto é animal. E em um desses 'confrontos' eu acabei soltando essa do psicólogo e ela gostou da ideia.

Até houve uma execeção à regra quando Gigi ficou amiga do gato da Lana, fez carinho e ficou toda orgulhosa por isso. Mas foi a única vez. Ela continua congelando cada vez que passa perto de um cachorro, que tem aos montes no nosso condomínio.

E as lady bugs? Dessas até eu já estou ficando com pavor.










Sunday, February 14, 2016

Ela está crescendo rápido demais


Tomei coragem e comecei a marcar o progresso
Esses dias eu me dei conta que já não tenho mais forças para pegar Gigi no colo. Fico feliz por saber que a minha pequena cresce saudável, mas precisa ser tão rápido? É rápido demais.

Em setembro, vovó Bia se assustava quando Gigi passava raspando a cabeça no balcão da cozinha. Agora, em menos de seis meses, ela superou a medida e não precisa ficar na pontinha dos pés para pegar o biscoito no armário nem usa mais o banquinho para escovar os dentes.

Parece que foi anteontem que eu conseguia socorrê-la no meu colo quando avistava um cachorro. Agora, só tenho a minha mão para oferecer diante do medo da minha menininha.

E quando adormece já não tenho forças para levá-la para cama. Mas sentada, a mãe sempre dá um jeito porque eu também preciso desse colo. E se esse ritmo continuar, estamos na marca de 1,53cm (eu) contra 1,15 (ela), o contrário deve ocorrer em pouco tempo.

Em números

O difícil é controlar a minha ansiedade emocional porque do ponto de vista físico tudo vai bem e o desenvolvimento natural da vida só confirma a saúde da criança. Em números, os especialistas conseguem definir uma escala que serve de parâmetro para acompanhar a normalidade do processo.

No primeiro ano de vida, por exemplo, o bebê ganha cerca de 25 centímetros. Já no segundo ano, o ganho é menor, sendo de mais ou menos 15 centímetros. Nesta fase a estatura familiar tem pouca importância sobre o crescimento.

Do terceiro ano de vida até a puberdade, o crescimento é de 5 a 7 centímetros ao ano e mostra uma velocidade mais estável. Esse é o momento da Gigi.

E logo chega a pré-adolescência. Segundo o endocrinologista Ivan Moreira da Silva Júnior, o crescimento puberal ocorre mais cedo nas meninas, entre 8 e 13 anos, com o início da menstruação, mais comum aos 11; mas o estirão puberal é maior nos meninos entre 9 e 14 anos. Nesse perído, o crescimento varia de 6 e 13 centímetros ao ano.

Na fase final da puberdade – que para as meninas acaba por volta dos 16 anos enquanto entre os meninos pode se estender até os 20 - o crescimento é lento, cerca de 1 a 2 centímetros ao ano, e tem uma duração média de 3 anos.

Mas para qualquer mãe, claro, tudo isso passa rápido demais.