Thursday, December 23, 2010
Presente de Natal
Wednesday, December 8, 2010
Valsa Para Uma Menininha
Friday, November 19, 2010
Babá: uma escolha que exige cuidado
Embora uma creche ou escolinha (day care) seja a opção mais segura, já que é regulamentada pelo governo e atende a todas as exigências de segurança, raramente cabe no bolso dos pais. A diária custa, em média, US$75 enquanto que a babá brasileira varia entre US$25 e US$35 por dia.
Além disso, a babá brasileira soa mais maternal para mim. Quando Gigi tinha pouco mais de 1 ano fui visitar um day care e não tive coragem de deixá-la com pelo menos outros cinco bebês.
A Sueli dava conta dos dois bebês e não reclamava da minha ligação no meio do dia para saber se estava tudo bem. Mas seis meses depois, ela começou a cuidar de uma recém-nascida e eu a alertei de que a lei estadual dita que o número de bebês deve ser compatível ao de cuidadores. Ou seja, duas crianças que ainda não andam por adulto para que em caso de incêndio, por exemplo, haja a possibilidade de escapar com as crianças no colo.
Dias depois, uma criança brasileira morreu em consequência de uma queda na casa da babá brasileira. Ao invés de chamar a ambulância, a babá ligou para a mãe que não chegou a tempo de socorrer a filha. Com medo da justiça severa dos Estados Unidos, a babá fugiu para o Brasil. Na época, comentei o caso com a Sueli e sugeri que ela fizesse o curso de primeiros socorros, mas no dia seguinte ela me disse que não poderia cuidar mais da Gigi.
As minhas recomendações assustaram a babá e deveriam ser as exigências de todas as mães. Afinal, não podemos deixar os nossos filhos nas mãos de quem não tem capacidade para cuidá-los ou socorrê-los numa situação de emergência. A American Red Cross (www.bostonredcross.org) oferece esse tipo de treinamento e custa US$70, mas é em inglês e muitas babás brasileiras não são fluentes no idioma.
Outra coisa importante é verificar se as crianças estão fazendo atividades durante o tempo que passam na babá ou se ficam o dia inteiro em frente à televisão. O serviço da babá não é “olhar” a criança e sim cuidar. Isso envolve contribuir para o aprendizado e para a socialização do pequeno. A alimentação também requer supervisão, nada de comer cookies e doces o dia inteiro.
Por isso, antes de contratar uma babá, verifique as referências e faça uma conversa-entrevista. Depois fique em vigilância constante: chegue de surpresa de vez em quando para buscar a criança e converse sempre com o seu filho. Se ele ainda for pequenininho, como a Gigi, preste atenção no comportamento.
Essa semana, por exemplo, a minha pequena não queria voltar para casa. Embora eu tenha ficado com um pouco de ciúmes, acho que foi a maneira que Gigi encontrou de substiuir as palavras para dizer : “Mamãe, fique tranquila. Eu estou bem com a tia Regiane e brincando com os meus amigos”.
Wednesday, November 10, 2010
Atitude dos pais influencia comportamento dos filhos, afirmam especialistas
Eu fico encantada com cada gesto da Gigi, coisa de mãe coruja. Mas eu fico mais encantada por ver a minha pequena repetindo os meus gestos. Ela cruza os braços e as pernas como eu, dá risada escondendo a boca como eu e até fala o meu “ai, ai, ai” diante de uma situação engraçada. Ah, e também fala alto quando está brava, como eu.
Mas as minhas observações, embora com uma pitada bem grande de orgulho, confirmam a opinião da psicóloga Márcia Regina Ferro. Ela ressalta que as atitudes do dia-a-dia dos pais são mais importantes do que os conselhos. “As crianças são muito observadoras, tanto que as atitudes dos pais vão ter maior efeito do que as palavras”.
Isso significa que o comportamento da criança na sociedade reflete o que ela vive em casa.
Segundo Carlos Zuma, secretário executivo do Instituto Noos (Instituto de Pesquisas Sistêmicas e Desenvolvimento de Redes Sociais), os castigos físicos humilham a criança e o adolescente de uma forma que os afeta para sempre. "Quando está apanhando, o filho pensa que os pais não gostam dele. E mais: ele reproduz a violência com amigos e irmãos", afirma o representante do Instituto com sede no Rio de Janeiro.
A afirmação de Zuma pode explicar o comportamento de uma menina em uma festa de aniversário que levei Gigi há dois meses. Durante a festa toda, Gigi fugiu dos apertões de bochecha e empurrões da garotinha que deve ser uns oito meses mais velha do que a minha filha. Em uma dessas investidas, a mãe da menina repreendeu a garota aos gritos e com o chinelo na mão.
Para o psicólogo Jorge Rocha, bater traz consequências em vários aspectos do desenvolvimento da criança. “Até com relação à sua autoestima. Ela se sente degradada, se sente com menos valia, se sente temerosa, porque ela não está sendo ensinada com relação a nada. Na verdade, ela acaba não fazendo determinadas coisas por medo”.
Os pais também são referência de valores sociais. As crianças tendem a repetir o que ouvem em casa. Ou seja, se ouvem um comentário racista, vão discriminar o amigo negro da escola ainda que não entendam o motivo de fazer aquilo.
Para os pais fica a dica: sejam bons exemplos para estimular cidadãos bem melhores do que os que convivem conosco hoje.
Sunday, November 7, 2010
Aleitamento materno depois dos seis meses é uma opção saudável
Gigi completa 1 ano e sete meses hoje e continua mamando no peito. Quando conto isso, as reações se dividem entre uma torcida de nariz e elogios a minha “perseverança”, mas especialistas garantem que mãe e filho sabem a hora que devem parar o aleitamento materno. Então, sigo o meu instinto e permaneço nessa troca de carinhos indescritível.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o aleitamento materno deve ser exclusivo até os seis meses. Depois disso, outros alimentos são introduzidos e a amamentação mantida até, pelo menos, dois anos de idade. Para as mães que acham que não vão produzir leite por tanto tempo, vale lembrar que uma boa alimentação e bastante líquido ajudam a produção que é estimulada pela sucção durante a mamada.
Embora seja um momento mágico, não é uma tarefa fácil para quem trabalha fora.
Enquanto que no Brasil as mães têm direito de até seis meses de licença-maternidade, em Massachusetts, nos Estados Unidos, a mulher pode ficar até oito semanas afastada do trabalho, mas deixa de ganhar o salário nesse período. Os empregadores, por sua vez, têm a liberdade de criar suas próprias regras e garantir o pagamento das suas funcionárias.
Em tempo: A lei estadual se aplica a companhias de até seis funcionários enquanto que empresas maiores seguem a regra federal que dita 12 semanas de afastamento não remunerado.
Eu voltei ao trabalho depois de três semanas e entre uma tarefa e outra parava para tirar o leite que Gigi iria mamar no dia seguinte. Aquela bombinha não é nada confortável, mas vale a pena. Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria apontam que a amamentação regular, por seis meses, reduz 17 vezes as chances de a criança contrair pneumonia, 5,4 vezes a possibilidade de anemia e 2,5 vezes a ameaça de crises de diarréia.
Hoje, Gigi mama leite de amêndoas – ela tem intolerância à lactose - quando está longe de mim e eu não preciso mais usar a bombinha. Por outro lado, ela continua acordando durante a noite para mamar e muitos dizem que é por que ainda a amamento. No entanto, há alguns dias ouvi uma mãe dizer que o seu filho, da mesma idade da Gigi, acorda de duas em duas horas para tomar o leite na mamadeira.
Ainda que os momentos de cansaço me façam pensar que no dia seguinte vou parar de amamentá-la, o carinho da mãozinha da minha pequena me faz desistir.
Ah, não há carinho mais gostoso. E sigo adiante. Nós saberemos a hora certa de parar.