Só hoje me dei conta de que ainda não registrei a
tardia separação entre Gigi, aos 4 anos, e sua querida chupeta. Já faz um tempo, em junho
mais precisamente.
Na verdade, a primeira tentativa aconteceu aos dois anos quando Gigi encontrava a chupeta
apenas na hora de dormir. Mas eu acabei fraquejando
e cedi num momento de choro.
Estávamos vivendo um período de muito estresse e
resolvi não forçá-la. Me convenci de que Gigi abandonaria o bibi quando estivesse
pronta, preparada.
Entretanto, a "hora h" começou a demorar demais. Além dos problemas de dentição e respiração que o uso da chupeta pode causar, os lábios da minha pequena começaram a ficar machucados e o bibi, já havia alertado o pediatra, era a principal causa.
Por coincidência, era início de verão e as crianças
começaram a aparecer no pátio do condomínio com as bicicletas. Gigi queria muito
uma e, mais uma vez, ofereci uma bicicleta em troca da chupeta.
Gigi, claro, não concordou.
Nesse momento, entendi que era preciso acelerar esse
desapego e “perdi a chupeta”. Contei sobre o sumiço e disse que não compraria outra. Minha pequena chorou
inconsolável.
“Daqui para frente não vai ter mais chupeta, de
jeito nenhum mas a gente pode comprar uma bicicleta, o que você acha?”
A contra-gosto, ela aceitou. Gigi é esperta, percebeu
que a situação era irreversível e levou o prêmio de
consolação.
Nos dias seguintes, na hora da birra, Gigi chorava e
pedia pelo bibi. Logo, lembrava-se e dizia em voz alta "tô louca, esqueci que
não tem mais bibi".
Nos momentos mais críticos, ela se perguntava: "E
agora, como vou me acalmar?".
Com o tempo você se acalmou, Gigi. E agora pouco
fala da chupeta.
E eu também me acalmei. Aprendi a contornar a
situação sem recorrer ao bibi.
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