Embora uma creche ou escolinha (day care) seja a opção mais segura, já que é regulamentada pelo governo e atende a todas as exigências de segurança, raramente cabe no bolso dos pais. A diária custa, em média, US$75 enquanto que a babá brasileira varia entre US$25 e US$35 por dia.
Além disso, a babá brasileira soa mais maternal para mim. Quando Gigi tinha pouco mais de 1 ano fui visitar um day care e não tive coragem de deixá-la com pelo menos outros cinco bebês.
A Sueli dava conta dos dois bebês e não reclamava da minha ligação no meio do dia para saber se estava tudo bem. Mas seis meses depois, ela começou a cuidar de uma recém-nascida e eu a alertei de que a lei estadual dita que o número de bebês deve ser compatível ao de cuidadores. Ou seja, duas crianças que ainda não andam por adulto para que em caso de incêndio, por exemplo, haja a possibilidade de escapar com as crianças no colo.
Dias depois, uma criança brasileira morreu em consequência de uma queda na casa da babá brasileira. Ao invés de chamar a ambulância, a babá ligou para a mãe que não chegou a tempo de socorrer a filha. Com medo da justiça severa dos Estados Unidos, a babá fugiu para o Brasil. Na época, comentei o caso com a Sueli e sugeri que ela fizesse o curso de primeiros socorros, mas no dia seguinte ela me disse que não poderia cuidar mais da Gigi.
As minhas recomendações assustaram a babá e deveriam ser as exigências de todas as mães. Afinal, não podemos deixar os nossos filhos nas mãos de quem não tem capacidade para cuidá-los ou socorrê-los numa situação de emergência. A American Red Cross (www.bostonredcross.org) oferece esse tipo de treinamento e custa US$70, mas é em inglês e muitas babás brasileiras não são fluentes no idioma.
Outra coisa importante é verificar se as crianças estão fazendo atividades durante o tempo que passam na babá ou se ficam o dia inteiro em frente à televisão. O serviço da babá não é “olhar” a criança e sim cuidar. Isso envolve contribuir para o aprendizado e para a socialização do pequeno. A alimentação também requer supervisão, nada de comer cookies e doces o dia inteiro.
Por isso, antes de contratar uma babá, verifique as referências e faça uma conversa-entrevista. Depois fique em vigilância constante: chegue de surpresa de vez em quando para buscar a criança e converse sempre com o seu filho. Se ele ainda for pequenininho, como a Gigi, preste atenção no comportamento.
Essa semana, por exemplo, a minha pequena não queria voltar para casa. Embora eu tenha ficado com um pouco de ciúmes, acho que foi a maneira que Gigi encontrou de substiuir as palavras para dizer : “Mamãe, fique tranquila. Eu estou bem com a tia Regiane e brincando com os meus amigos”.