Thursday, February 17, 2022

Cartas de Amor

Quando ela descobriu esse blog chorou de vergonha. 

Agora, me pediu para voltar a escrevê-lo. Quer ler suas histórias quando for adulta. 

Então, cá estou. Mas vou passar a escrever diferente. Serão cartas à você, Gigi. 

Vou contar nossa trajetória, o seu crescimento e a minha constante aprendizagem como Mamãe da Gigi. Mas sem a pretensão de ajudar alguém. Vai funcionar como uma espécie de diário e, através das palavras, eternizar o meu amor por você.

Eu já te disse que até cogitei ter outro filho, mas tive medo de não conseguir amá-lo como te amo. Me disseram que era bobagem. Que coração de mãe sempre cabe mais um. 

Ah, difícil de acreditar quando você me preenche com tanta intensidade. 

Com o tempo, e por diversas vezes, quis carregar mais uma vez um barrigão e reviver a experiência que só senti quando te amamentei. Ver os seus olhinhos revirando com as mãozinhas encostadas no meu seio era muito bom, chego a suspirar de saudade do aconchego.

Teve momentos que você chegou a pedir um bebê, mas logo mudava de ideia.  Eu dizia que depois de tomada a decisão não dava para voltar atrás.

Eu também senti medo de agora poder dar mais a um filho do que pude te oferecer. Não achei justo. 

O tempo passou e você é a minha filha única, embora tenha irmãos a quem ama profundamente, presentes do seu pai. 

Entre nós, somos eu e você. 

Eu te entendo, ainda que você ache que não. 

Eu te amo, ainda que me pergunte isso várias vezes como se duvidasse. 

Eu sei até quando você está mentindo. E não adianta dizer que não. Te conheço. 

Você é minha única filha, essa é a nossa história e está apenas no começo.

No comments:

Post a Comment