Sunday, July 26, 2015

Porque domingo de manhã pode

É domingo. E eu o institui como o meu dia de acordar tarde.

Gigi está com seis anos e no domingo ela se vira com o café da manhã que fica na altura dela de um jeito bem fácil. Ela , acostumada a ter tudo na mão, começa a pedir por essa independência e eu tiro vantagem, pelo menos nesse dia.

É verdade que depois que eu levanto, a palavra “mãe” é dita umas cem vezes em menos de 1 hora. 
Hoje, por exemplo, Gigi vestiu o personagem de polícia e a grande questão a ser resolvida assim que levantei da cama era o que podia virar uma viatura. Já estava tudo pronto -  com direito a pedaços de papel usado para fazer os adesivos de polícia espalhados pela casa toda -  só faltava o carro.
Sem nem lavar o rosto, fui lá ajudar com o tal veículo. Depois de argumentar contra todas as minhas sugestões, a contestadora Gigi aceitou transformar a caixa de brinquedos no carro de polícia.
Com o  cenário armado e a bagunça feita, porque no domingo pode, principalmente quando tem jogo do Fluminense na TV e o pai fica incomunicável no sofá da sala,   era hora de rever o que ficou para trás nessa manhã:
- Trocou de roupa? Sim
- Fez xixi? Sim
- Lavou o rosto? Sim
- Penteou o cabelo? Sim (do jeito dela) 
- Tomou café da manhã? Sim (há de se dizer que foram deliciosos biscoitos de chocolate porque no domingo, para a mamãe dormir até mais tarde,  pode)
- Escovou os dentes? Ops…
Lá fomos nós escovar os dentes e caprichar no café da manhã que, confesso, me deixou com peso na consciência. 
Mas, claro, que não podia ser um café da manhã simples, afinal é domingo. A receita de hoje é waffle da Elsa (ela mesmo, a rainha do filme Frozen). Ficou feinho, eu não levo jeito para isso e nem vale a pena mostrar aqui, mas rendeu um prato vazio, barriga cheia e muito, muito mais energia para gastar.

Mais um retorno 
Nesse domingo, depois de  merecidas horas de sono a mais e no Dia dos Avós no Brasil, a Mamãe da Gigi retoma o blog para contar as aventuras de uma mãe de primeira viagem imigrante nos Estados Unidos.
Espero conseguir registrar, assim como a vó Mirtes fez em seu diário sobre a minha infância, os momentos da Gigi. E eu já até imagino a saudade que eu vou sentir dessas manhãs de domingo ao reler esse post. 

OBS: Gigi queria muito escrever na reinauguração do blog. Com o laptop no colo, ela digitou o que seria um texto em português. Vale ressaltar que a pequena está sendo alfabetizada em inglês e aprende a escrever pelo fonema das palavras.

"oe    gigi   sta    falanw     ake     me   mamae    kordo    mwetw    tarje      e     26    jolie      2015       me      a    fotw     velw     taw"

A leitura seria: Oi, Gigi está falando aqui. Minha mamãe acordou tarde hoje, 26 de julho de 2015. Minha foto, viu? Tchau.

Valeu, minha escritora preferida!!


Monday, January 19, 2015

Mais uma lição: Todo adulto deveria ser criança

É incrível a sabedoria de uma criança. Ninguém deveria "crescer".

Hoje é dia de Martin Luther King e a data foi tema na escola da Gigi na semana passada.

A história de Dr. Martin Luther King, que quando pequeno não podia brincar no mesmo parquinho que as crianças brancas, a deixou inquieta e cheia de perguntas.

-          Branquinhos e pretinhos não iam para a mesma escola. Por que, mamãe?

Silêncio. Não há resposta. Como explicar a maldade?

E logo veio uma observação.

-          Ainda bem que hoje a gente pode brincar todo mundo junto.

Gigi tem amigos branquinhos, pretinhos, de olhos puxados, muçulmanos, imigrantes, norte-americanos… amigos de todos os jeitos e raças.

Mas a maldade do homem continua por aí. Que pena, minha filha!

Há discriminação por raça, cor, religião, opção sexual, classe social... E cada dia inventam uma nova 'categoria' para  justificar o ódio.  

Aliás, Gigi está muita próxima dessas mazelas inexplicáveis. Ela é filha de imigrantes, a minoria da vez nos Estados Unidos.

Só espero que a sabedoria do coração de criança continue na cabeça adulta da Gigi.

Ta'í! Acho que esse é o remédio da humanidade. Os adultos precisam ser mais crianças.

O grande perde a capacidade de se indignar diante do desespero do outro. É indiferente ao sofrimento alheio. E encontra desculpa para qualquer injustiça.

A mente do adulto sufoca o coração da criança. Está cheia de ódio e intolerância.

Eureca! A Gigi me dá mais uma lição.

Todos deveriam ser crianças para sempre!