Wednesday, May 16, 2012

Aos três anos, Gigi só quer saber da escola

Gigi começou a ir à escola esse ano e, para a minha surpresa, ela não quer mais sair de lá. Me surpreendi porque ela sempre chorava nos primeiros dias até se acostumar nas casas das babás, opção que a maioria das mães brasileiras que trabalham fora adota nos Estados Unidos.  Na escola, foi completamente diferente. Já no primeiro dia ela entrou sem olhar para trás e o choro só veio na hora de ir embora.

A paixão é tanta que ainda no caminho para casa já vem a pergunta se amanhã tem aula. Em casa, a brincadeira preferida é a de escolinha. Ora ela é a tia Fernanda, ora a professora de balé e as bonecas e os bichinhos de pelúcia se transformam nos amiguinhos da classe.  A felicidade da pequena me leva a crer  que tomamos a decisão na hora certa.

Além disso, avaliações científicas apontam para o mesmo caminho. Segundo uma pesquisa norte-americana, a criança passa a proveitar mais a escola a partir dos três anos. Antes, o que mais pesa em favor do desenvolvimento intelectual das crianças são o afeto e a atenção individual, não importando se vêm de casa ou da creche. Depois dessa fase, estar num ambiente com outros adultos e crianças funciona como alavanca ao aprendizado e isso repercute ao longo da vida escolar. “Está claro que ir à escola no princípio da vida faz parte de um conjunto de fatores que definem o sucesso nos estudos,” afirma o psicólogo James Griffin, um dos autores do trabalho.

A pediatra Janaina Bessoni concorda que  três anos é a idade ideal para a criança começar a frequentar a escola. Entretanto, a especialista alerta que se a criança vai ficar com uma babá, o caso deve ser repensado. “Muitas vezes oriento as mães a colocarem o filho mais cedo na escola-creche pois em casa a criança ficava com uma pessoa despreparada que a colocava o dia todo em frente à TV  e a alimentava com lanches e mamadeira”,  constata. “Muitas [babás] simplesmente assistem a criança sem criar nenhuma brincadeira, sem estimular seu desenvolvimento”, completa.

Marcelo Cunha Bueno, educador e colunista da revista Crescer, também tem uma visão interessante sobre o assunto. Para ele, “estabelecer contato com outras crianças, culturas, formas de expressão, desde cedo, é fundamental para o crescimento das crianças. Isso aumenta seu repertório de relações, fazendo com que a criança amplie suas possibilidades de leitura de mundo”.

Entretanto, os pais não podem e não devem deixar todo o trabalho nas mãos dos professores porque a mesma pesquisa realizada nos Estados Unidos revela que o cenário mais favorável ao desenvolvimento pleno das crianças de três anos em diante combina dois fatores de pesos semelhantes: um ambiente familiar rico em estímulos e uma boa escola.

Saturday, May 12, 2012

As pérolas da Gigi


Há um tempo afastada do meu blog, decidi que hoje seria a data ideal para voltar à ativa. Nada melhor do que o Dia das Mães para dividir com você as pérolas ditas por Gigi aos três anos. A pequena me surpreende e me deixa sem palavras nem reação frequentemente.

A Gigi parece estar descobrindo a sua veia artística. Como compositora e musicista, tem experimentado tornar cada frase uma canção. 

As músicas, criadas de improviso, têm letras mais ou menos assim: “mamãe, eu não gosto de você”. Eu, assustada, questionei: “Não gosta?”. E a danada respondeu cantando: “Não, eu não gosto de você. Eu te amo.”

Ah, Gigi, que susto! Claro que a enchi de beijos porque eu a amo muito mais. Mas mesmo como amor e carinho, às vezes a gente tem que chamar a atenção. E numa desses momentos em que eu tentava vestí-la depois do banho. Puxa daqui, puxa dali. Dá uma bronca, diz para ficar quieta, faz cara de brava… quando de repente ouve: “Mamãe, não me amassa porque eu não sou ‘pepel’”.

Não aguentei, caí na gargalhada. De onde é que ela tirou essa? 

Outro dia foi a vez do papai da Gigi que resolveu fazer chantagem emocional com ela. Não me lembro bem o que ele queria, mas ela só retrucou “não chora, bebezinho”. Por essa o Beto não esperava.

E não para por aí. Gigi fez uma bagunça com cola escolar e eu a repreendi dizendo que só gente grande pode mexer com cola. Ela respondeu com uma pergunta: “Então porque você e a tia Fernanda [professora] podem?”. E eu tive que explicar que o que eu queria dizer que tal proeza só é permitido para pessoas mais velhas, ainda que do tamanho de crianças.

A vovó também não escapa. Outro dia a minha mãe perguntou para a Gigi quem era o bebezinho da vovó. Claro que a resposta esperada seria Gigi, mas com o discernimento invejável a qualquer adulto, ela disse: “O tio Dani. Eu sou o bebê da mamãe. Ele é seu filho”. Tudo muito bem esclarecido.

Essas são só algumas pérolas ditas por Gigi e que as divido com você como um presente no Dia das Mães. Mamãe, futura mamãe, enfim, gente que gosta de criança, certamente aprende muito com essas observações que tornam a vida muito mais simples e feliz. 

E você quer contar alguma pérola de um pequeno aprendiz? Feliz Dia das Mães!